"A grandiosidade, a repercussão, a pressão, os traços que cercam o Flamengo criaram um consenso: é difícil jogar no Rubro-Negro. Mas deve ser bem mais difícil jogar contra ele........A última cena teve cara de filme repetido. No pódio, camisas do Flamengo levantam a taça e, em cada canto do país, multidões celebram".
(Carlos Eduardo Mansur, Repórter do Globo).
Grande Flamengo!
Recusar-se a espremer o cérebro para extrair bons argumentos a fim de retirar créditos de uma conquista, infelizmente, é comum no futebol. Daí, é habitual escutar frases do tipo "o Flamengo ganhou mas foi nos penaltis" ou "venceu com gols de bola parada".
Primeiramente, como diria o folclórico prefeito de Sucupira, fazer gols de penaltis ou em cobrança de faltas não é virtude espalhada como milho para pombos. Trata-se de qualidade atribuída a alguns e as últimas decisões do Campeonato deste ano comprovam isso. Tem que saber cobrar com competência para marcar o gol. Do contrário, o jogador fica com cara de paisagem, a bola com vergonha dos maus tratos recebidos e o goleiro menor que o próprio sorriso final.
Segundamente, ainda de acordo com o personagem Odorico Paraguaçú, bola parada não balança as redes. Está parada enquanto a infração não foi efetuada para estufar os barbantes, o que também exige maestria, na origem, de quem toca nela.
Enfim, são eventos argumentados com doses de desprezo para desapreciar o bem-sucedido, como se insuficiências técnicas fossem quando, na realidade, são fundamentos virtuosos de quem bem os pratica. São virtudes abençoadas no futebol. O resto é conversa fiada de perdedor ou saidinhas de ganhador envergonhado de ter vencido. Ou será o impagável "Complexo de vira-latas" de autoria do magistral tricolor flamenguista Nelson Rodrigues?
Enfim, o desfile do Carioca acabou do jeito que começou com o Flamengo largando na pole-position e recebendo o estandarte de ouro do futebol estadual de 2011, de ponta a ponta, com os adversários não tomando conhecimento da cor da bola. Que bom!
Saindo do Estadual para o plano nacional, amanhã tem mais um capítulo da Copa do Brasil, uma partida com o Ceará que vale mais um pedacinho da vaga para a Libertadores de 2012, e faltam seis jogos para ganhar mais uma medalha de ouro este ano. Todo cuidado e atenção são poucos. Concentração total na partida para não passar pela apreensão do 2º jogo no Domingão, contra o Horizonte, em virtude da malemolência empregada aqui no Rio de Janeiro e que resultou num vexaminoso empate, quando todos esperavam uma vitória que garantiria a classificação antecipada para esta fase. Mas o Flamengo transformou a facilidade em dificuldade para, depois, despachar esta. O Ceará, todos sabem, é um time perigoso como mostrou até aos menos atentos, no Brasileirão passado, que pode surpreender, principalmente se prevalecer o oba oba proporcionado pela conquista do estadual pelo Flamengo, que tem todas as condições de vencer bem, pelo menos com uns dois gols de diferença. Depois, vai para o PV em Fortaleza com mais tranquilidade garantir a passagem para as semifinais contra o Palmeiras ou Coritiba.
Olho vivo, alertaria Ibrahim Sued, o "turco" rubro-negro.
