domingo, 29 de maio de 2011

Meu Fato Marcante: "Meu Relato Sobre o Dia do Gol do Pet"



Caros amigos,

a minha história do último Tri começa no primeiro jogo, vencido pelo bacalhau. Era um churrasco e havia apenas um vascaíno, que ficou gritando "é campeão" ao final do jogo. Saí do churrasco puto, mas com alguma coisa me dizendo que seríamos campeões, que eu deveria pegar a estrada (130 km - Barra Mansa X Rio) e ir para o Maraca.

No dia do jogo, chamei vários amigos para irem comigo, mas todos pipocaram. Passei em um bar aqui de Barra Mansa (Bar do Belló), sabendo que haveria alguns conhecidos lá, para tentar levar alguém, mas ninguém quis ir (estavam com medo; realmente era uma tarefa difícil, vencer o rival por dois gols de diferença).

Parti para o Rio sozinho, de carro, sem ingresso. Na descida da Serra das Araras, ouvindo a Rádio Globo, escutei que as arquibancadas verdes e amarelas haviam acabado. Bateu o desespero. Tinha um Gol Mi (1000) na época, e levei de Barra Mansa até o Maraca por volta de 1:10, fazendo o impossível. Estacionei no lugar de sempre (descendo aquele viaduto que sai da Radial Oeste e vai cair na Av. Maracanã, naquele gramado na descida do viaduto, à direita). Faltava o ingresso...

Começaram a surgir boatos de que os ingressos haviam acabado. Entrei na fila da arquibancada branca. Como num filme, quando chegou a minha vez, depois de enfrentar a fila, o bilheteiro falou: "Acabou!". Quase chorei. O cara viu a minha expressão de desespero. Contei a história da viagem, dramatizando o máximo que pude. Qual não foi minha surpresa quando o cara abriu um pacote e tirou um ingresso do meio de bolo deles (eram muitos ingressos!). Safadeza do cara, certamente repassaria para os cambistas. Mas pelo menos para mim ele vendeu um.

Ingresso na mão, bebi umas três geladas perto da Estátua do Bellini e parti para dentro do Maraca. Não estava totalmente lotado, e deu para ir tranquilamente para o lugar cativo (acima da Dragões, entre a Raça e as especiais).

Fizemos um a zero, mas no finalzinho do primeiro tempo os caras empataram. Foi aquela ducha...

Mas uma coisa me marcou: próximo a mim estavam vários catarinenses, que foram ao Maraca de ônibus torcer para o Mengão. E tinha um moleque, de uns 10 anos mais ou menos, que estava desesperado, quase chorando, achando que não daria para ser campeão. Pensei comigo: "o Flamengo precisa vencer; esses caras andaram mais de 1000 quilômetros e não podem voltar para Santa Catarina sem o título..."

Logo no início do segundo tempo, o Edílson fez 2 X 1, em grande jogada do Pet pela esquerda.

Depois disso, o time se mandou, e passamos vários sustos. Não fosse o Júlio César, não haveria o Tri (considero o Júlio tão importante quanto o Pet naquela partida).

Antes do gol, o Pet chegou a bater uma ou duas faltas (não me lembro bem), mas nenhuma passou perto.

Quando veio a falta do gol, olhei para molequinho de Santa Catarina, que já estava desanimado, cabisbaixo e falei: "O gol vai sair agora...". Tenho costume de falar isso no Maraca. Na maioria das vezes não dá certo, mas em algumas...

Só lembro do Pet partindo para a bola ela estufando a rede (de onde eu estava não dava para ver a curva). Depois, só lembro de estar abraçado a várias pessoas que nunca havia visto, choradeira geral, e espera pelo apito final.

Dei um abraço naquela galera de Santa Catarina (certamente ajudaram a espalhar o Rubro-Negrismo naquelas terras - um abraço a todos) e voltei para Barra Mansa para tomar umas e zoar os vices (de novo!).

Saudações Rubro-Negras e rumo ao próximo Tri!


Carlos Vinicius Rosenburg