O futebol tem seus mistérios e talvez por isso mesmo seja tão fascinante. Antes da eliminação do Florminense, e logo após o decepcionante empate contra o mesmo Horizonte, a disposição dos torcedores era completamente diferente de hoje. Bastou ganharmos, ainda que nos pênaltis, a partida que nos levou à final da Taça Rio, e depois uma vitória sobre o time que jogou a “partida da vida deles”, mas que não esconde o fato de que é um time Série Z, que já vejo torcedores dizendo que o Luxa é o maior, que o Willians é melhor que o Messi (“O Messi é um Willians que não sabe marcar”), que o Galhardo é “iluminado” (novo nome dos sortudos), que o Renato está perfeito como segundo volante... Como torcedor, o céu é o limite, e o papel aceita qualquer coisa. Mas como ser pensante, acredito que deve existir um meio termo entre o Céu e o Inferno.
O que realmente mudou, na minha opinião, é que tiramos um volante e colocamos um meia criativo. Com isso, abrimos espaço para jogar com dois atacantes de ofício, e arrumamos um lugar para o jogador que não pode sair do time. Mesmo nesse caso do Renato, temos que ter muito cuidado ao falar, porque apesar de ver nele apenas um jogador esforçado, não há como negar que ele tem salvado o time muitas vezes. Se outro entrasse em seu lugar, pode ser que também salvasse o time, mas de fato ele é que fez isso e portanto tem o seu mérito. O mais impressionante nisso é que foi preciso sair o nosso volante mais habilidoso para que esse espaço se abrisse e o “problema” fosse resolvido. Isso me faz pensar que quanto mais achamos que entendemos de futebol, mas a vida nos prova de que o futebol não possui uma lógica simples. Pessoalmente, acho o Egídio mais habilidoso que o Alvim. Mas jamais tiraria o Alvim do time nesse momento, porque ele tem marcado bem melhor que seu substituto. O Welington, por exemplo, que quase repetiu o “chute pra trás”, na minha opinião (antes do Horizonte) devia sair do time para se poupar de mostrar um momento, no mínimo delicado de sua condição técnica. Revendo o jogo e pensando na velocidade de alguns jogadores do Vasco, já começo a achar que colocar o Angelim, que já perdeu a quinta marcha, não seria a decisão mais acertada.
Quanto ao ataque, começo a concordar com o Patrick que o nosso bravo Who é meio grosso mesmo. Mas a sua alegria ao marcar os gols, e a sua constante disposição e movimentação o tornam duzentos e cinquenta mil vezes melhor do que ter o Deivid em campo. Já falei aqui a minha tese : O Luxa está tentando dar visibilidade ao Deivid para que alguém se interesse em leva-lo. Mas mesmo fazendo o gol mais fácil da vida dele, por enquanto a única chance que temos é vende-lo para uma companhia de eletricidade ou de telefonia, como poste.
Por fim, continuo acreditando que o Luxa não é burro e deve saber que o Diego Maurício pode render mais que o Deivid, principalmente agora que a fluidez no meio campo parece ter se estabelecido com Thiago Neves e Bottineli, e a bola vai chegar nos homens de frente. Nem passa pela minha cabeça perder este campeonato para o Vasco em duas derrotas seguidas. Temos um time de razoável a bom, com alguns talentos e outras posições ainda fragilizadas (Zagueiro e Lateral, principalmente), mas deve ser o suficiente para levar este Campeonato para a Gávea, “na conta do chá”. Quanto ao nosso candidato a Vice Eterno, vi o jogo contra o Olaria e sinceramente, não deve assustar. Mas como futebol é uma “caixinha de supresas” (essa é nova, hem ?), o Luxa que se cuide e não “desinvente” o que já acertou, trazendo, por exemplo, o Fernando Cadê a Bola, para a posição do Pollo.
Além do Horizonte, uma decisão nos espera. Depois, mais um tempo de treinamento e novas chances para testar Lorran, Muralha, Frauches, Anderson e Negueba. E vamos em frente que domingo é dia de bacalhau !