quarta-feira, 23 de março de 2011

Um começo de ano agitado

O ano mal abriu suas portas para o futebol, nem chegando a deixar para trás dois meses de bola rolando pela extensão das pré-temporadas dos clubes, e três treinadores de três dos grandes clubes de futebol de RJ city já foram para o espaço por motivos diversos entre si. O primeiro foi demitido por insuficiência técnica do time de San Janu sob sua responsabilidade, na Taça Guanabara. O treinador vascaíno PC Gusmão nem teve a oportunidade de brincar o carnaval com a "camisola" atravessada pelo cinto de segurança. O segundo alegou falta de vontade dos dirigentes para suprir o clube das Laranjeiras, dos belos vitrais franceses, com o mínimo de infraestrutura necessária até para recuperar pisão no dedão do pé dos jogadores, com ratazanas fazendo a festa nos vestiário e uma buraqueira sem fim no velho campo de treinamentos, pegou o seu boné e foi embora desastradamente, como é característico dos estressados em demasia, deixando o clube a perigo tanto no Campeonato Estadual quanto na esperada Libertadores, na qual os tricolores jamais tiveram o prazer de por as mãos. Esta semana a bola da vez foi o folclórico Joel Santana, ou o papai Joel como é conhecido também, pular do barco do velho General Severiano, dizendo-se magoado com a falta de reconhecimento da torcida (?) alvinegra ao seu "glorioso trabalho ao longo de 14 meses", quando chegou a ter a própria expulsão de campo, no último domingo, aplaudida pelos torcedores botafoguenses. Mas, que "glorioso trabalho" é esse, que consiste na conquista do Cariocão de 2010 e na quase classificação para a Libertadores deste ano? Acho que o Joel Santana confundiu trabalho decente e realizado com suor e seriedade com glória conquistada. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, de acordo com a filosofia regada a cerveja gelada dos butecos. Na realidade fria das tabelas, o time dirigido nos últimos tempos pelo JS vai mesmo é disputar a Sul-Americana junto com o Flamengo e Vasco, que andaram flertando com a zona de rebaixamento. Não vejo nada de bonito numa campanha que apenas atesta a classificação de um grande clube entre os medianos do Campeonato nacional.

E lá vai o estadual cumprindo a sua sina depurativa antes do Brasileirão começar. Não que eu esteja preocupado com os destinos dos comandos técnicos do Vasco, Botafogo e Fluminense. Eles que se virem do avesso para encontrar soluções melhores que as do Flamengo, pois este me basta para torcer e ficar feliz.

Pulando, então, para a nossa árvore, onde o Luxa ainda está pendurado e espero que por bastante tempo para não dar vez a estagiários, que surjem não se sabe como para levarem o clube para o enforcamento, com a corda no pescoço num chão de piso móvel, vejo que o tempo está passando e o cascudo treinador não encontra uma maneira consistente de jogar. Saí Egídio, entra Angelim, que sai para a entrada pela esquerda do R11, que volta para o meio para o retorno do Egídio. Na frente, começa o jogo com Wanderley, que sai para a entrada de Diego Maurício que dá a vez, durante o jogo, para o incrível Deivid, que até hoje não disse nem mostrou o que veio fazer no Rio de Janeiro depois de desaprender até o fundamento do cabeceio de uma bola cruzada sobre a área. Penso que a questão não pode ser reduzida a esquemas de jogo, ela é de qualidade de jogadores também. Egídio e Deivid desafinaram, definitivamente, no Cariocão, pois já decorreram tempo e jogos suficientes para se chegar a essa conclusão. Luxa que fixe logo Diego Maurício como centro-avante, que trate de promover alguém para a lateral-esquerda, também acho uma boa idéia apostar no Galhardo, ou que o Flamengo contrate alguém competente para a função. Quanto ao R11, "é um virus que pode permanecer no sistema" compondo o elenco. Os outros dois acima, o programinha básico recomenda fortemente que sejam deletados do time.

E Adriano? O imperador é o assunto chato de todas as conversas que envolvem o Flamengo, atualmente. Como torcedor e amante do clube já firmei posição contrária a sua volta. Creio que o seu retorno será um fator de desagregação do grupo que está, literalmente, nas mãos do Vanderlei Luxemburgo. Diego Maurício chegou duas vezes atrasado para os treinamentos em uma semana. Foi merecidamente punido. Aliás, o Flamengo também foi punido, equivocadamente, com a sua ausência em uma partida. Adriano será punido, igualmente, até por faltas mais graves, que sempre comete? Luxa não deixará por menos, faz parte de sua conduta conduzir com firmeza a disciplina no plantel. Mas, conduzir com rigor um grupo do qual Adriano faz parte? Há conceitos nessas frases que não se coadunam, daí os conflitos que surgirão, numa briga que desmonorará a necessária coesão do grupo para atingir, dentro de campo, os objetivos maiores e sobrará o bagaço da laranja pra quem? O treinador, é óbvio, é da cultura centenária.

Penso e sonho constatemente em profissionalismo no Flamengo. Adriano é um grande centro-avante, mas todos conhecem a sua aversão ao assunto, logo, está fora dos meus planos vê-lo com o manto no corpo. E se vestí-lo? Ora, se vestí-lo irei para os estádios torcer por seus gols, pois não torço somente para um jogador ou contra qualquer jogador do meu time, sou torcedor do Flamengo.Sempre serei, isso é tão imutável quanto a minha honra.

SRN!