Bon Giorno, Buteco! Semana "vazia", sem jogos do Mais Querido no meio da semana, e o entretenimento tem sido a Copa Libertadores da América, na qual vemos o verdadeiro rolo em que o nosso eterno rival, o Fluminense, resolveu se meter, e por motivos que me levam a lembrar da célebre frase do nosso saudoso companheiro do Buteco, o José Teófilo Mitchell, que eu peguei emprestada para dar o nome à coluna de hoje. Vou explicar o porquê: você é presidente recém eleito de um clube que não ganhava o Brasileiro havia 25 (vinte e cinco) anos, viu a sua torcida diminuir durante esse período, o clube perder o "tamanho" no cenário nacional; recebe-o com um Departamento de Futebol vencedor, uma equipe unida, vencedora, cujo centro é o melhor e maior vencedor treinador brasileiro na atualidade, e o que você faz? De repente, demite a maior parte dessa equipe contrariando esse treinador, que é um ranzinza, ranheta de primeira linha, e que chegou a recusar a Seleção Brasileira para honrar seu compromisso com o clube. Resultado? Todos estão vendo (pouco importa o que o Muricy declarou; no Bem Amigos de segunda-feira à noite seu motivo ficou claro e foi esse).
Essa impostura inacreditável, essa prodigalidade não lembram o Flamengo? Para mim lembra, pois, ao contrário do que ocorre com o Fluminense, que tem times vencedores e que disputam Libertadores a cada vinte e cinco anos, com o Flamengo essas coisas são recorrentes. E como a Libertadores, para mim, é a competição mais importante que existe e eu não paro de pensar nela, eu vou lembrar das três últimas passagens do Flamengo pela competição e de eventos cruciais ligados diretamente à eliminação do Flamengo e como os dirigentes falharam nesses momentos:
2007 - Defensor 3x0 Flamengo (jogo de ida): Juninho Paulista, que em clube algum teve problemas de indisciplina em toda a sua carreira, e que no Flamengo não vinha jogando absolutamente nada, resolve, sem autoridade alguma, "crescer" para cima do banana Ney Franco, e é inclusive flagrado em uma foto quase cuspindo e mordendo o rosto do treinador. Os dirigentes não tomaram qualquer atitude. Ney Franco, o banana, escala-o. O Flamengo toma de três com o time desnorteado em campo, com visíveis problemas internos, de grupo, afetando o rendimento da equipe. No jogo de volta, roubado pelo assaltante Hector Baldassi, faz apenas 2x0 e é eliminado. Ney Franco, um semestre depois, é demitido e reclama de falta de blindagem ao treinador no Flamengo, com alguma dose de razão.
2008 - Flamengo 0x3 América do México (jogo de volta): o maior vexame da história do clube. Como o Flamengo vencera o jogo de ida por 4x2 no Estádio Azteca, o presidente Márcio Braga e o vice-presidente de futebol Kleber Leite deram a classificação por favas contadas e resolveram homenagear o treinador Joel Santana antes do jogo por quebrar o contrato e abandonar o clube no meio da competição para ir treinar a África do Sul na preparação para a Copa do Mundo/2010. Num jogo sobrenatural e com gols esquisitos, o América vence e se classifica.
2009 - Flamengo 2x3 Universidad de Chile (jogo de ida): a presidente Patrícia Amorim resolve pegar "carona" com o ônibus da delegação e, numa crise aguda de amnésia, esquece-se dos problemas de trânsito da megalópole Rio de Janeiro, forçando a mudança de trajeto para buscarem-na na Gávea. O ônibus chega ao Maracanã faltando meia hora para o jogo. O time entra frio em campo, o Universidad de Chile faz dois gols em menos de vinte minutos e vence. No jogo de volta, o Flamengo, numa atuação corajosa, vence por 2x1, mas, embora no saldo de gols haja empate, o time chileno se classifica pelo critério de desempate: gols marcados fora-de-casa.
Tudo mudou?
Então eu tenho que lhes perguntar: esse ano está tudo muito redondo. A Patrícia Amorim, depois de um primeiro ano de gestão tsunâmico de tão devastador, parece fazer tudo certinho, redondinho esse ano. Contratou o maior astro do futebol mundial de forma espetacular, esbanjando competência; delegou o futebol a um treinador experiente, que também vem fazendo um excelente trabalho fora de campo como "Manager"; a construção do Centro de Treinamentos caminha para ser um sucesso; o time vai bem em campo, embora ainda tenha o que melhorar, mas não se vê interferências externas prejudiciais, a ponto dela abrir mão de seu ponto de vista pessoal para confiar no Manager e decidir não contratar um grande ídolo da torcida, apostando em uma filosofia de trabalho. Ah, e na gestão dela não se fala em salários atrasados.
Estamos falando do Flamengo?
Dona Patrícia, o Flamengo só perde para ele mesmo. Se a Senhora continuar nesse rumo, o do segundo ano de seu mandato, provavelmente conquistaremos essa tão ambicionada taça já ano que vem e a Senhora escreverá seu nome na História do nosso amado clube da maneira mais espetacular e gloriosa possível. E dificilmente haverá em toda a História do clube presidente melhor do que a Senhora. Pode acreditar.
Por isso, eu rogo que, da próxima vez, pegue um táxi na ida para o estádio, ok? Ou alguém do Buteco poderá lhe dar uma carona. Será uma honra.
Bom dia e SRN a todos.