O 1º turno do Campeonato Estadual, que domingo chega ao fim com a decisão da Taça Guanabara entre o Flamengo e o Boavista, cumpriu, no meu modesto ponto de vista, plenamente a sua função de mostrar ao Vanderlei Luxemburgo as deficiências de jogadores do elenco do Flamengo. Aliás, mostrar não é o termo correto, já que não surgiu qualquer fator até então desconhecido de todos que acompanham os caminhos do clube desde o último Brasileirão. Mais preciso é falar em reforçar convicções a respeito de alguns jogadores e posições.
O lado esquerdo da zaga se estava lento com o Ronaldo Original, lento continua quando ele atua ali. A lateral esquerda se estava ruim com o Juanzito, continua na mesma tanto com o Egídio, que não aproveitou novamente a oportunidade oferecida, quanto com o Angelim, quando o substitui escalado graças aos surtos do Luxa, e pior ainda fica nos momentos em que o R11 surge de ala, naquele esquema medonho que jamais vi dar certo no Flamengo, desde a 1ª passagem do Cuca, em 2005.
Os volantes continuam armando excelentes contra-ataques para os adversários com os crônicos erros de passes nas saídas de bola, justamente para atacá-los, e Deivid, dou os meus parabéns para aqueles que ainda nutrem uma saudável esperança em sua recuperação, mas tem sido nada mais nada menos que o famoso "zero à esquerda", desde que pousou na Gávea pelas mãos do então diretor de futebol Zico.
Em termos de esquemas de jogo, cada um que chega tenta reinventar a roda e termina rodando o seu programinha no bom, velho e surrado 4-4-2 ou com uma pequena variação para o 4-4-1-1. Jogar com três atacantes é ousadia demais, até mesmo quando o adversário fica com menos um jogador em campo, em virtude de expulsão, exceção feita para os casos de desespero, momentos em que se joga com 4 atacantes e na base do chuveirinho inglês. Particularmente, gosto muito mais daquele citado ali em cima, o 4 - 4 - 2, tendo em vista a boa distribuição geométrica do time em campo.
A Taça Guanabara teve o seu lado bom também, reconheço, pois não estou entre os que olham para um quadro de Portinari e só apontam uma poeira na tela ou um arranhão na moldura. O torneio teve Ronaldinho Gaúcho com a sagrada camisa 10 do Mengão a nos oferecer uma grande atuação na partida contra o Botafogo, embora bem longe de suas atuações pelo Barcelona, o Gaúcho nos ofereceu alguns lampejos do craque que ainda há nele, e a tendência é a de melhorar ainda mais com o passar dos jogos e do tempo. Tivemos ainda a vinda do Thiago Neves, que já mostrou que vai incorporar o espírito rubro-negro, e do bom goleiro Felipe, que só fez a torcida lembrar do ex-titular Bruno nas sensacionais defesas na decisão em penaltis na partida semifinal de domingo passado.
E assim chega o Flamengo à sua e-nésima decisão do 1º Turno do Estadual, do qual é o maior Campeão, num filme repetido agora neste farto 1º bimestre de 2011, que começou com o justo título da Copa São Paulo, passou pelo correto reconhecimento, no papel, do Pentacampeonato vencido em 1987, ganhado na bola e dentro de campo, e segue o seu caminho para o não menos merecido título de Campeão da Taça Guanabara, que o levará automaticamente, no mínimo, à final do Estadual deste ano.
Grande Flamengo! SRN!