A primeira é : Eles vão jogar contra quem ? Não adianta trazer a Marta para o time feminino e depois não ter adversário para jogar. Me parece que esta iniciativa não pode ser de um clube só. É preciso reunir, sei lá, 5 ou mais clubes e fazer um calendário, criar eventos que motivem a torcida a comparecer, ter um plano de divulgação. Posso estar desconhecendo o assunto, mas alguém aí saberia dizer que outros times de futebol feminino estão treinando esta semana ? E que campeonato eles vão disputar ? Tirando aquela “Libertadores feminina” que rolou neste início de ano, só me lembro de partidas de futebol feminino entre seleções. De areia, a mesma coisa. De futebol soçaite (é assim que se escreve ?), devem existir mais times, mas a divulgação, hoje, é nula.
E aí caímos no segundo ponto : A divulgação das atividades e espetáculos destas equipes. Não adianta nada ter os times formados e os jogos serem realizados em ginásios acanhados, sem a presença da televisão. O Flamengo é um time de massa e aos investidores deve interessar ter um retorno de exposição de suas marcas. Não me parece comercialmente viável montar times que depois vamos ter que ficar procurando nas notinhas dos grandes jornais para saber se ganhou, se perdeu ou mesmo se jogou. Com tanto evento esportivo sem grande apelo popular sendo exibido nas TVs, deve ter um espaço para competições de areia, soçaite e futebol feminino, principalmente se envolver times como o Flamengo.
Mas como não ouvi nada sobre estas duas questões, estou achando que vai levar um tempo ainda para estes times estarem formados e terem com quem jogar, de uma forma que seja possível a torcida acompanhar. O que é uma pena, pois me lembro de umas competições de futebol de areia que eram simplesmente sensacionais. Foi na época do Junior, que virou o rei da praia (na verdade, de onde ele veio, jogando pelo Juventus – Figueiredo de Magalhães/ Ed Camões), e até o Zico andou expondo seu joelho já machucado naquela areia fofa. Os jogos eram emocionantes, embora a seleção brasileira ganhasse tudo. A areia permite algumas jogadas de difícil execução no futebol de campo, e plasticamente é uma maravilha para se assistir. Do futebol feminino eu não tenho grandes lembranças não, porque sempre achei um jogo meio chato, que nem troca de camisas tinha. Podem cair matando este porco chauvinista, machista e tal, mas só vi boas jogadas quando a Marta estava em campo. Mas acredito que seria uma maneira de trazer mais adeptas à prática, e com isso a qualidade tende a melhorar. Perguntem para quem conhece como as mulheres jogam nos EUA ou na China. Coisa de gente grande. Por fim o soçaite sempre me encantou pelos dribles rápidos, pelos “comes” que os jogadores dão em 20 cm de campo. Mas esse é um esporte que já existe, que na minha época se chamava futebol de salão e hoje chamam de futsal. Muda a quantidade de jogadores, algumas regras, mas a essência é a mesma : Roda bola quem nem no basquete, até alguém fazer uma jogada invisível de tão rápida e chutar para o gol.
Vamos aguardar o desdobramento da decisão de criar as categorias. Espero que não fique só no papel.
As vésperas de um jogo sem importância para a tabela, preferi deixar o futebol profissional para nossos (as) comentaristas “internos”. Fica a esperança de ver R10 e TN7 cada vez mais adaptados ao ritmo de jogo. A torcida merece. Se lotarmos o estádio em Macaé vai ser o terceiro jogo seguido com 100%... de lotação esgotada, já com a quarta engatilhada.