Há menos de vinte dias para o início da pré-temporada de 2011 e há pouco mais de um mês do pontapé inicial do Estadual, não partiu nem chegou nenhuma barca na Gávea. Nem o volante Willians que "tinha" propostas da Europa e do Santos partiu numa canoa furada. Furada e arrombada, pronta para fazer água por todos os lados, posto que nem dá para imaginar, com toda a boa vontade de torcedor passional, vê-lo ao lado de Arouca, Ganso e Neymar (ou provavelmente Zé Roberto) no meio de campo do time da Vila famosa. No máximo, iria virar motivo de chacota com seus bicões pra frente e passes errados para os lados, dada a mínima condição técnica possuída para jogar ao lado de quem sabe tocar uma bola com alguma precisão.
Com bola e barca paradas, temos mais do mesmo para não perder o vício de gestão, e já está em vias de negociação uma fórmula para parcelar o pagamento da dívida feita para a vinda do bravo Diogo, que só não estreiou efetivamente, porém chegou, treinou e entrou em campo várias vezes. E lá vai o Flamengo pagar mais uma cara viagem de volta, talvez a de ida também. Falando e perguntando sério, os amigos do Buteco comprariam um carro usado de propriedade do Flamengo? Eu poderia até comprar, mas para ficar dando voltas em torno da Gávea, essa seria a autonomia do veículo: ir até a Cobal vizinha ao estádio, no máximo, para tomar um chopp. Que clube trambiqueiro esse que faz da FIFA uma espécie de Serasa e SPC do futebol. Naquela entidade, acho que o Flamengo não possui ficha nem histórico. Deve ter em seus escritórios, na Suíça, um dossiê bem parrudo com centanas de páginas com transações resolvidas sob ameaças.
Por sua vez, Pet vai curtir o Natal, no início de janeiro na Sérvia, e chega uma semana atrasado para o início dos trabalhos. Chegando antes ou junto com os demais jogadores já está ruim para o gringo entrar em forma em igualdade de condições, depois então, só mesmo um Estadual que lhe cai dos céus para abrandar a situação. Estadual mais do que providencial para dar seguimento à pré-temporada, de preferência ganhando o título, mas sem esquecer que o campeonato não é referência para o restante do ano, no que tange ao nível do time.
Na área administrativa, leio que os ex-presidentes Márcio Braga e Kléber Leite aprovam a unificação dos títulos nacionais, dizendo que a decisão da CBF foi coerente. Cada qual com a sua opinião, mas tenho o direito de discordar desses títulos ganhos na ponta da caneta, logo, mando um NÃO bem grande aos dois fazedores de média com o Ricardo Teixeira, em flagrante prejuízo e detrimento da marca "Flamengo". Aliás, depois que um jurista, ex-autoridade da república, disse que "o direito adquirido não é um fato absoluto e, sim, relativo", pus as minhas barbas de molho aqui em terras tupiniquins. Acrescentou, ainda, que se fosse de caráter absoluto, "os senhores não teriam perdido a posse dos negros" na Lei que aboliu com muita justiça a escravidão. Ora, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, diria o filósofo das gerais do maraca. Se o direito adquirido não é um fato realmente absoluto, o direito de propriedade, por comparação, também deixa de sê-lo. Logo, podemos distribuir, aqui no Buteco, as propriedades do ex, seus carros e cavalos, suas casas e apartamentos, e que tal ele se tornar um ex-aposentado, recomeçando a contar dia após dia o seu tempo de serviço e retomar o pagamento ao INSS os valores para sua nova e futura aposentadoria? A segurança jurídica iria para o espaço junto com os foguetes dos norte-coreanos. E foi a segurança esportiva que a CBF chutou para escanteio ao distribuir títulos de campeões brasileiros para quem não tinha direito a eles. Amanhã, o Flamengo, por exemplo, poderá requerer mais dois campeonatos nacionais, representados pelas duas conquistas da Copa do Brasil, muito representativa por sinal, já que reúne em sua disputa mais de 60 clubes de todo o Brasil.
E por aqui pensávamos que o ano de 2010 havia acabado. Acabou nada, "cada dia um flash" no futebol brasileiro. E pior, neste ano, contra o Flamengo. Sorte que ele não quebra. Faltam 15 dias para os fogos anunciarem a chegada de 2011. Aguardemos o que os "pensadores" vão arrumar até lá.
SRN!
