Bom dia, Buteco! Pode parecer obsessão, mas cá estou novamente para falar sobre números, cálulos e estatísticas, tudo por conta do risco de rebaixamento. Claro, sempre sob a perspectiva de ver o Flamengo livre desse fantasma. Segundo os matemáticos, o percentual varia entre 3 e 4%, mas todos sabemos que, a depender dos resultados da próxima rodada, ele pode facilmente ter um dígito acrescido e, com isso, o nível da pressão ser bastante aumentado. Com o objetivo de tornar a abordagem a mais concreta e próxima à realidade possível, resolvi, primeiramente, trazer as estatísticas mais atuais, que se referem ao desempenho das equipes no returno do campeonato brasileiro de 2010. Eis então a classificação por pontos ganhos segundo o sistema em vigor, ou seja, o de "pontos corridos", contando apenas o desempenho no returno do campeonato:
1º) Grêmio 33; 2º) Cruzeiro 29; 3º) Atlético/PR e Palmeiras 26; 5º) São Paulo 25; 6º) Botafogo 24; 7º) Fluminense e Corinthians 23; 9º) Internacional e Atlético/GO 20; 11º) Atlético/MG e Ceará 19; 13º) Flamengo e Goiás 18; 15º) Santos 17; 16º) Vasco e Vitória 16; 18º) Avaí 11; 19º) Guarani 10; 20º) Prudente 8.
Antes que tenham um ataque apoplético por constatarem que o nosso Flamengo está na esdrúxula 13ª posição, percebam que realcei propositalmente as posições dos nossos próximos e últimos quatro adversários, quando então verão, sem maiores dificuldades, que um se destaca totalmente dos outros, o Cruzeiro, que faz a segunda melhor campanha do returno, atrás apenas do Grêmio do Renato Gaúcho (pois é, né? Então...). Dos outros três, apenas um, o próximo adversário, o Atlético/MG, possui mais pontos do que o Flamengo, porém um pontinho apenas; já o Santos, o temível Santos, soma um ponto a menos, número que realmente me surpreendeu, enquanto o Guarani soma oito pontos a menos, totalizando míseros dez em quarenta e cinco disputados até aqui.
Alguns outros dados interessantes a respeito dos nossos próximos adversários, seguindo a ordem dos confrontos:
Atlético/MG - em casa, venceu 7 (sete), empatou apenas 1 (uma) e perdeu 9 (nove); fora, venceu 3 (três), empatou 5 (cinco) e perdeu 9 (nove). Próximos adversários - Flamengo (c), Palmeiras (f), Goiás (c) e São Paulo (f). Últimos jogos em casa - 2x2 Santos (6/11), 0x2 Botafogo (30/10) e 2x0 Avaí (17/10).
Guarani - em casa, venceu 7 (sete), empatou 8 (oito) e perdeu 2 (duas); fora, venceu 2 (duas), empatou 1 (uma) e perdeu 12 (doze). Próximos adversários - Vitória (c), Flamengo (f), Grêmio (c) e Fluminense (f). Últimos jogos fora de casa - 0x1 Palmeiras (7/11), 0x1 Avaí (30/10) e 0x2 Ceará (9/10)
Cruzeiro - em casa, venceu 9 (nove), empatou 5 (cinco) e perdeu 3 (três); fora, venceu 8 (oito), empatou 4 (quatro) e perdeu 5 (cinco). Últimos jogos fora de casa - 1x0 Vitória (7/11), 2x0 Prudente (30/10) e 1x2 Grêmio (17/10).
Santos - em casa, venceu 10 (dez) jogos, empatou 3 (três) e perdeu 4 (quatro); fora, venceu 4 (quatro), empatou 6 (seis) e perdeu 7 (sete). Últimos jogos em casa - 1x1 Vitória (3/11), 3x4 Prudente (23/10) e 2x0 Atlético/PR (9/10).
Sendo bastante realista, o prognóstico de vitória contra o Guarani e de não perder contra o Atlético/MG é bastante razoável; o de não perder contra o Santos não é absurdo, embora saibamos que se trata de uma equipe imprevisível, de altíssima qualidade técnica e que acabou de contratar um bom treinador, e, contra o Cruzeiro, em tese, está o jogo de mais alto risco, inclusive pelo devastador retrospecto da equipe mineira fora de casa. Então, repetindo o que escrevi aqui na segunda-feira, penso que os nossos dois próximos jogos concentram as nossas maiores chances de afastar definitivamente o risco do rebaixamento, embora os dois últimos não signifiquem necessariamente derrota.
A Batalha de Sete Lagoas
Sábado enfrentaremos um adversário desesperado pelos 36 pontos que o igualam ao primeiro time que se encontra na ZR, o Guarani, o qual jogará em casa, onde tem um bom retrospecto, embora contra um adversário direto, o Vitória. Portanto, um empate do Guarani significa o Atlético/MG voltar para a ZR em caso de derrota para o Flamengo, e eles sabem que os dois próximos jogos fora de casa serão em São Paulo, contra Palmeiras e São Paulo, que brigam por vaga na Libertadores, apesar do Palmeiras parecer não contar mais com o campeonato brasileiro para tanto, e sim com a "Sula", mas nunca se sabe o dia de amanhã, ou seja, se o Felipão escalará os reservas contra o Galo.
Acrescente-se a isso décadas de ressentimento pelas derrotas nos Brasileiros de 1980, 1987 e 2010, além da Libertadores de 1981, bem como a presença de ex-jogadores rubro-negros com presença marcante na Gávea, como Obina, Diego Tardelli e Diego Souza, e temos todos os ingredientes para uma guerra em Sete Lagoas.
Eu acho que é jogo para atletas tarimbados, mas infelizmente o desfalque do Renato Abreu (terceiro amarelo) veio em má hora para essa partida. Apesar de saber que escalar o Kleberson é como jogar cara-e-coroa, é nunca saber quem entrará em campo, o Dr. Jekyll ou o Mr. Hyde, gostaria de contar com ele, mas reconheço que o tempo de inatividade talvez não recomende a escalação desde o início. O mesmo raciocínio, acrescido da má-fase técnica e da idade avançada, serve para o Petkovic, o qual, porém, eu prepararia, com todo o cuidado, para o jogo contra o Guarani, colocando-o para treinar exaustivamente faltas diretas e não diretas, além de cobranças de escanteio (não diretas). Ele pode ser útil no segundo tempo, pois tudo indica que enfrentaremos um adversário retrancado, mas isso é assunto para a próxima semana. O certo é que, para esse jogo de sábado, ao menos para começar jogando, não creio que seja uma boa opção, pois prevejo muita pegada e correria. Acaso sua escalação seja confirmada, a equipe mudará bastante de característica em relação à última partida, pois o Gringo não terá condições de se movimentar como fizeram o Negueba e o Marquinhos; talvez por isso o Luxemburgo tenha testado o ataque com jogadores em tese com maior capacidade de movimentação - Diego Maurício e Diogo.
Minha sugestão de escalação para sábado: Lomba, Leonardo Moura, Wellinton, Angelim e Juan (por absoluta falta de outro, pois eu escalaria o Renato Abreu improvisado por aqui); Maldonado, Willians, Corrêa (Kleberson) e Marquinhos: Diego Maurício e Val Baiano. Kleberson e Fierro seriam opções para o segundo tempo.
Importante: Willians e Maldonado como volantes. Nada de losango. Alguém precisa ajudar o Juan a marcar. O Maldonado não pode cuidar da cabeça de área e ajudar o Juan ao mesmo tempo. O lance do pênalti contra o Atlético/PR foi originado desse problema. E alguém precisa cobrir o Leonardo Moura, que, esse sim, ainda consegue ser útil. Correa seria meia direita, mais avançado, pois entrou bem nessa função, apoiando, no segundo tempo contra o Atlético/PR, e é um volante com maior qualidade técnica, inclusive para passes e lançamentos. O Kleberson, em tese, seria superior a ele nesses quesitos, mas há a questão da inatividade a ser bem ponderada na escalação inicial. O Val Baiano joga mais centralizado, porém confio mais nele para empurrar a bola para o fundo das redes do que no Diogo. De qualquer maneira, não é uma escolha fácil. Esse time que sugeri tem um meio campo, na parte ofensiva, menos tarimbado, menos experiente, resultado do elenco mal montado desde o início do ano. Espero que, seja qual for a escalação, o time saiba se impor dentro de campo.
É isso aí, amigos. A hora da batalha se aproxima e a ansiedade só aumenta.
Valha-nos, São Judas Tadeu!
SRN a todos.