Na minha pelada semanal sempre jogo com uniforme do Flamengo. Nem sempre é completo – às vezes é só o short e o meião, às vezes só a camisa, mas a única coisa garantida é que SEMPRE jogo com pelo menos um item do uniforme do Flamengo – e sempre itens oficiais. Tenho umas 10-15 camisas oficiais diferentes, sendo que uma das que tenho mais carinho é a de 93, logo após o título brasileiro. Em 93, ano que completei 18 anos, foi também o ano em que comecei a trabalhar. No início foi no escritório do meu pai, fazendo algumas funções administrativas internas, mas no dia em que recebi meu primeiro salário, meu primeiro dinheiro verdadeiramente meu, desci na loja de esportes que tinha no mesmo prédio e comprei a camisa manga longa, com o número 5 nas costas. Eu morava em Petrópolis e, como já estava começando a esfriar, comprei a de manga longa para poder usá-la na night. Sim, é verdade! Eu comprei pra poder sair às vezes com a camisa do Flamengo, tamanho era o orgulho de mostrar ao mundo inteiro a alegria de ser rubro-negro.
Passaram 18 anos até que eu pudesse comprar outra vez uma camisa pós-campeonato brasileiro, mas não deixei de comprar nesse meio-tempo. Mas verdade seja dita: neste hiato de títulos comprei bem menos do que teria comprado caso as vitórias se mantivessem. Lembro de ter comprado a do Romário em 95 – afinal o baixinho era cria do vascocô mas tinha acabado de ganhar uma Copa do Mundo e ser eleito o melhor jogador do mundo também, e foi esse jogador quem o Flamengo contratou (numa daquelas engenharias financeiras promovidas pelo Kleber Leite, mas isso é outra história). Comprei algumas depois disso, mas não era a frequência anual que todo torcedor de verdade faz (que pode, obviamente) - comprar a camisa de cada ano. É claro que nem todo ano eu tive o dinheiro sobrando pra isso, mas essa é uma situação que já passou há algum tempo. O fato é que faltava a motivação, aquele desejo de mostrar pra quem estivesse perto que eu era rubro-negro sim, azar de vocês que não são. O amor ao time nunca deixou de existir, só não sentia mais o tesão de gritar que sou Mengão.
Pois bem, ano passado conquistamos o hexa. Tenho a camisa do ano passado (aliás, mais de uma) e também a desse ano, mas hoje eu me limito a usar quando vou ao Maracanã, na sagrada pelada semanal e quando dá – fazendo exercício, churrasco informal na casa de amigos, etc. Mas agora também pesa já estar bem mais velho, você muda um pouco a cabeça em relação a esse tipo de coisa com o tempo. Mas uso minhas camisas o máximo possível, disso podem acreditar. Semana passada inclusive me dei o direito de usar a primeirona, a manga longa de 93 – se bem que com a barriga de quase 20 anos depois eu não sei se usarei de novo na frente dos outros... :-)
O que eu queria dizer é que a camisa – o Manto Sagrado, como chamamos – é a expressão silenciosa do torcedor. Usando a camisa você não precisa falar nada pra ninguém, basta estar com orgulho e um sorriso no rosto que você vai contagiar os rubro-negros e deixar os coitados que não são com aquele gosto amargo na boca. O Flamengo precisa de seu apoio – vá ao Maracanã sempre que puder (eu vou fazer isso), e quando não puder ou não tiver jogo perto de casa, esteja sempre com sua camisa, ou casaco, ou o que for – estampe nosso pavilhão com orgulho e exiba nossa alegria e nosso apoio ao Mengão.
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Enquete rápida: quantos aqui compram camisas, shorts etc do clube? E quem compra falsificado, se não se incomodar de contar?
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Eu sou o único a achar ridículas as camisas dos times de SP, que se transformaram mais em páginas publicitárias do que uniforme? Eu odeio o batavo enorme da nossa camisa 1 (na branca, sem aquela logo enorme, não me incomoda) mas se eu torcesse “prus curíntia” por exemplo eu nunca usaria uma camisa que tem Avanço no suvaco... Qual é a sua opinião?
Saudações Rubro-Negras!