Era quase unanimidade entre todos os flamenguistas que Rogério Lourenço não servia para ser técnico do Flamengo. Mas, quando se fazia a famosa pergunta "vamos botar quem no lugar dele", as respostas eram as mais variadas e não havia nenhum nome que tivesse sequer uns 80% de aprovação. A lista era enorme e dela faziam parte nomes como Abel Braga, Paulo Autuori, Ricardo Gomes, Geninho, Levir Culpi, Oswaldo de Oliveira, Waldemar Lemos, Andrade, Leonardo, Hélio dos Anjos, Vadão, um cone, eu, tu, ele, nós, vós, eles e... Silas.
Silas não chega com 100% de aprovação, lógico que não. Uns acham que ele é inexperiente, um estagiário num nível um pouco mais elevado do que Rogério Lourenço. Outros acham que ele é um bom representante da nova safra de treinadores e tem um bom futuro pela frente, como técnico.
E quem é Silas?
Paulo Silas do Prado Pereira iniciou sua carreira de jogador no início dos anos 80, nas categorias de base do São Paulo. Do mesmo jeito que hoje temos "os meninos da Vila", naquela época, devido ao sucesso do grupo Menudos no Brasil, havia "os Menudos do Morumbi" (na boa, tinha que ser coisa de tricolete paulista), grupo formado por Silas, Müller e outros. Foi campeão paulista em 1985 e 1987 e campeão brasileiro em 1986.
Em 1988, foi para o Sporting de Portugal e foi o destaque de um time cheio de estrelas, sendo vice-artilheiro do time na temporada. De lá, foi para o Central Español, do Uruguai, onde ficou apenas 1 ano. Assim também foi no cesena e no Sampdoria, até retornar ao Brasil, jogando no Internacional., onde foi campeão Gaúcho e da Copa do Brasil, ambos os títulos conquistados em 1992. Continuando a saga de bom cigano do futebol, foi para o Vasco em 1994, onde foi campeão carioca. Foi pro Kashiwa em 1995 e, no mesmo ano, jogou no futebol argentino, no time do San Lorenzo, onde virou ídolo e ganhou o campeonato argentino. Mas, cigano que é cigano de verdade não fica muito tempo num clube e, em 1997, voltou para o São Paulo, onde ganhou mais um campeonato paulista, em 1998. Daí, voltou para o Japão, onde jogou durante 2 anos no Kyoto Sanga. Em 2000, retornou ao Brasil e foi para o Atlético-PR, onde ganhou o campeonato paranaense. Perambulou por times como Rio Branco, Ituano, America-MG e Portuguesa, até encerrar a carreira no Inter de Limeira, em 2004. Jogou na seleção brasileira e participou das copas de 1986 e 1990, mas nunca se destacou com a camisa verde-amarela.
Como treinador, começou sendo auxiliar de seu amigo Zetti, com quem trabalhou no Paraná, Atlético-MG e Fortaleza. Em 2007, entrou no lugar de Zetti, quando este foi demitido do Fortaleza. Em 2008, foi para o Avaí, onde viveu seu melhor momento na carreira, levando o Avaí para a série A do campeonato brasileiro. Em 2009, sob seu comando, o Avaí, time modesto, fez boa campanha e Silas é eleito uma das revelações do campeonato. Em 2010, treinou o Grêmio, onde ganhou o campeonato Gaúcho, porém foi demitido de lá após péssimos resultados no Campeonato Brasileiro de 2010. E, agora, aportou por aqui.
Se Silas trilhar a carreira de técnico como trilhou a de jogador de futebol, não ficará muito tempo por aqui. Isso pouco importa, já que vida de técnico não é fácil e é muito raro o mesmo técnico ficar anos num clube. Mas, na verdade, espera-se dele o que normalmente se espera de todo e qualquer treinador que venha para cá : sucesso. Porque, obviamente, o sucesso do treinador significa o sucesso do time.
Esse time do Flamengo não apresenta nenhum mistério sobrenatural. No máximo, uma dor de cabeça para saber quem escalar no meio. Silas só tem que fazer o simples e não inventar que, com certeza, dará certo.
Bom dia e SRN a todos!