Bom dia, amigos do Buteco! Para quem não sabe, hoje tem jogo no Maracanã, as 21:00h, entre Flamengo x Atlético/MG. E, para quem não sabe, esse jogo é o início de uma maratona de 14 (quatorze) jogos distribuídos entre final e meio de semana, sem qualquer intervalo, o que quer dizer que, até o dia 10 de outubro, domingo, quando enfrentará o Avaí em Florianópolis, o Flamengo não terá uma semana inteira sem jogos para treinar.
Eis o calendário:
26/8 (quinta) - Atlético/MG (c)
29/8 (domingo) - Guarani (f)
1/9 (quarta) - Cruzeiro (f)
5/9 (domingo) - Santos (c)
8/9 (quarta) - São Paulo (f)
12/9 (domingo) - Vitória (c)
15/9 (quarta) - Prudente (f)
19/9 (domingo) - Fluminense (c)
22/9 (quarta) - Grêmio (f)
26/9 (domingo) - Palmeiras (c)
28/9 (terça) - Goiás (f)
3/10 (domingo) - Botafogo (f)
6/10 (quarta) - Atlético/GO (c)
10/10 (domingo) - Avaí (f)
Atenção: serão 42 (quarenta e dois) pontos disputados. O destino do Flamengo em 2011 será decidido primordialmente após essa sequência de 14 jogos. Depois deles, restarão poucos até o final do campeonato e, portanto, a margem para qualquer disputa (título, Libertadores, Sul-Americana ou fuga do rebaixamento) será muito pequena.
Reconheço que a sensação que se tem ao ler essa tabela não é nada agradável. Digo isso porque sou dos que pensam que o Flamengo não está preparado adequadamente para ela, mesmo com os reforços que chegaram. Mas acho também que não poderia fugir do assunto.
Ora, o Flamengo não tem padrão de jogo ou jogadas ensaiadas; o treinador não tem um time titular e está totalmente perdido em relação a quem escalar no ataque, tudo isso apesar de treinar a equipe há cerca de 4 (quatro) meses, o que significa um terço do ano. É óbvio, então, que os reforços do ataque, apesar da indiscutível qualidade, terão que se entrosar com os companheiros dentro de campo e durante a maratona, o que torna a situação ainda mais desconfortável, pois a media de gols do Flamengo, o segundo pior ataque do campeonato, é de 0,5 (meio) gol por partida.
O quadro se torna ainda mais obscuro se pensarmos que não há substituto para o Petkovic no elenco e é ÓBVIO que ele não suportará essa maratona inteira; que o Estagiário a cada jogo recruta volantes e atacantes reservas diferentes, ora optando pelo pessoal da base, ora optando por mais experientes, isso quando não treina o time de um jeito e escala outro.
Dentro desse contexto, decidir quem será o treinador, o atual ou outro, e, se for outro, quem será essa pessoa, não é nem um pouco fácil. Tudo isso poderia ter sido evitado se a diretoria houvesse observado o óbvio ululante: que o Estagiário que hoje dirige a equipe não tem condição alguma de exercer essa função, quanto mais por quatro meses ou um terço do ano.
O mais importante, para mim, é que o Estagiário precisa sair e isso não tem nada a ver com o resultado de hoje, mas sim com os números de seu trabalho nesses quatro meses à frente do time.
O Treinador
Adianta trocar de treinador no meio dessa maratona? Eu acho que só adianta se for técnico de ponta e muito experiente, seja ele brasileiro ou estrangeiro. O momento não é para noviços ou para novos estagiários; contudo, apesar disso, ficar com o Estagiário atual é medida de altíssimo risco e por isso não vale a pena brincar com fogo.
É preciso que se tenha em mente, então, que a situação é delicada e a margem para erro diminuiu muito. Acho que a diretoria precisa olhar para o mercado exterior e avaliar tanto as opções entre os brasileiros, quanto entre os estrangeiros. Digo estrangeiros porque, quando constato que os presidentes de Cruzeiro e São Paulo batem boca na imprensa por causa do C U C A, e o próprio São Paulo cobiça o técnico do Avaí, que vem a ser o Antonio Lopes, então não tenho como concluir de outra forma senão a de que a coisa está feia e o mercado nacional, além de estagnado, oferece opções horríveis, de causar pânico, ansiedade e pesadelos no torcedor.
Nesta ordem de ideias, não há outra saída senão procurar também no mercado internacional. O momento é propício: a horda de "atletas" que comandava o Departamento de Futebol ou, no mínimo, tinha influência, digamos, direta na escala de treinamentos, foi derrubada com a chegada do Zico. Hoje, o Departamento de Futebol do Flamengo se dá ao respeito internamente e nele todos trabalham dentro da hierarquia normal de um clube de futebol profissional. A estrutura para treinos, apesar de improvisada, hoje oferece o mínimo e, por isso, a qualquer treinador, que por sinal receberá em dia, bastará chegar ao clube no horário estipulado e trabalhar.
Por isso, nunca foi tão propício a um treinador estrangeiro dirigir o time de futebol profissional. Sei perfeitamente que a escolha não é fácil, é um tremenda responsabilidade, mas convenhamos: se for para trazer Tite, Silas, Wagner Mancini, Vadão ou coisa do gênero, isso se não vier um Geninho, um Leão, um Hélio dos Anjos ou coisa ainda pior, eu prefiro um bom treinador gringo, de preferência argentino, para pegar o touro na unha durante essa verdadeira maratona que o Flamengo enfrentará, durante a qual, repetindo, serão disputados 42 (quarenta e dois) pontos.
Como eu não fujo de dividida, e sem temer ser chamado de El Loco Brasília, eu iria atrás do El Loco Bielsa, o único doido o suficiente para colocar o Flamengo no ataque, respeitando o seu DNA, a sua genética de time vencedor, arrombador, ofensivo.
O Jogo de Hoje à Noite
Estou apavorado, tomado por uma ansiedade que poucas vezes senti. Acompanhei o videotape do jogo do Atlético/MG contra o Santos ocorrido no domingo passado, na Vila Belmiro, e tenho a lhes dizer que o jogo foi equilibrado. O Atlético não jogou mal, mostrou padrão de jogo, criou boas oportunidades e por pouco não endureceu ainda mais o jogo para o Santos conseguindo um empate.
Quero com isso dizer que, hoje, o Atlético/MG está jogando MELHOR do que o Flamengo, deu para entender?
Então, tratem de preparar os seus espíritos para sofrer muito.Só posso dizer que amo esse clube e estarei grudado na tela torcendo como nunca.
Pra cima deles Mengão!
SRN a todos e que São Judas Tadeu olhe por nós.