Ao técnico Rogério Lourenço pela boa e adequada armação do time do Flamengo no jogo contra o Vasco, domingo passado. A partir de um linha com quatro zaqueiros, mantendo o Leo Moura um pouco mais preso à função de lateral-lateral para sustar a movimentação de dois jogadores do adversário às suas costas, e com Juan mais à vontade para apoiar, sentiu e suportou a pressão do time de San Janu para abrir o placar, não o conseguindo graças ao esquema empregado pelo estagiário, contando, também, como sempre, com o vigor físico, a forte e eficiente marcação do incansável Willians. Essa estabilidade do meio p'ra trás, ironicamente, permitiu maior poder ofensivo, não aproveitado, do meio p'ra frente, tanto que próximo do apito final, os vascaínos torciam para acabar o jogo a fim de se livrarem do sufoco e não saírem de campo mais uma vez derrotados;
Seja acarinhada, também, pelas mãos justas da justiça a torcida do Vasco, que acreditou no sonho acalentado durante a semana de vencer por goleada o Flamengo. Onde será que nasceu tal aberração? Em que nuvem, em que estrela estava escrito que um time que estreava Felipe, o foca que faz rir e não rende lhufas, o Zé Roberto e sua completa incompatibilidade para fazer gol, o paraguaio enrolado da lateral-direita e o bom de bola Carlos Alberto, gêmeo do Fernando do Flamengo, parado há 3 meses, iam fazer uma partida antológica, daqueles que entram para não mais sair da história do Maracanã? Estava mais para uma síndrome que ataca os velhos vices do que para uma realidade num bonito dia de domingo, numa partida de futebol contra o Flamengo, que não deixa de ser Flamengo, embora em crise e não falaram isso p'ra eles. Se falaram, não entenderam, então deveriam desenhar. Quem sabe?
Justiça seja feita aos torcedores que compareceram, acreditaram que o Flamengo em crise continua a ser Flamengo, parecendo até que fica melhor, pois com uma leva de jogadores que eu não sei como acharam o caminho da Gávea, por pouco,muito pouco mesmo, do tamanho da bolinha jogada pelo Cristian Borja e do seu gol mais do que perdido, não venceu o seu maior rival, numa partida de muita apreensão e pouca esperança por parte de muitos flamenguistas, abalados ainda pelas sensacionalistas manchetes dos jornais graças às confusões em vermelho e preto a dar em pencas como se fossem bananas, sempre bem exploradas pela mídia ávida por vender o bom produto;
Justiça seja feita ao jovem goleiro Marcelo Lomba, jogado aos leões pela Dona Vida, sem cerimônia, com um carimbo nas costas recomendando "vire-se, vai que é tua!". O mancebo tem se virado, feito das tripas coração para não levar gol e manter a curva da confiança em ritmo ascendente e minando a desconfiança de parte da torcida, que a levou a creditar em sua conta o gol do Avaí, numa ótima cobrança de falta, muito semelhante a muitas cobradas contra o experiente Bruno e buscadas por este dentro do gol para a nossa tristeza;
Justiça seja bem feita ao diretor-executivo Zico que, na direção de uma carreta rubro-negra toda amassada, com revisões vencidas, IPVA atrasado tanto tempo que até perdão da Dívida Ativa já obteve, pneus na lona, motor queimando óleo 90 e expelindo fumaça por todos os lados, segue firme na condução do bólido andando ao lado de veículos bem mais possantes, porém menos consistentes no médio/longo prazos, pois estão com gasolina para os próximos 4.000 metros, enquanto o Galo tenta segurar o combustível para os 10.000 metros que vêm adiante;
Enfim, justiça seja sempre feita aos rubro-negros de fé, que sabem que no futebol não se morre para nascer melhor, ou seja, não convém cair para a 2ª Divisão para voltar mais pujante à primeirona, deixemos isso para a religião propriamente dita. Vejamos os exemplos de Vasco, Botafogo, Palmeiras, Atlético Mineiro além da maioria dos clubes da 1ª Divisão do futebol brasileiro, que já bateram ponto na Divisão do inferno e de lá voltaram piores, depois de se mostrarem virtualmente melhores. Logo, é preciso estrutura sim, porém, mantendo-se numa posição honrosa, a disputar os melhores lugares do espetáculo, afinal, se um dia de 2005 recomeçamos quase do zero o CT, através da CCM, podemos novamente entrar nesse projeto de re-estruturação do Flamengo, a recomeçar justamente pelo elo não perdido, o Centro de Treinamentos. Que tal avisarmos o Zico para chamar a torcida para ajudar nessa tarefa? Eu sei, sou testemunha que ela chegará junto quantas vezes forem necessárias até a conclusão do empreendimento. E idéias não faltam para que sejam selecionadas algumas factíveis de serem aplicadas como o foram a camisa "Craque o Flamengo faz em casa" e as pulseiras nas cores vermelha e preta, que embalaram o embrionário CT, hoje uma realidade ainda longe do ideal, mas que possibilitou a todas divisões do Clube treinar num local apenas, liberando os campos do Exército, na Urca, para aonde iam os juvenis, os da UFRJ, onde treinavam os juniores, para suas funções originais e reunindo todos no mesmo local, o CT, em Vargem Grande, com os seus cinco campos oficiais.
E por falar nisso, você já visitou o CT?