quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Janela Indiscreta




Bom dia, Buteco! Estamos a sete dias do fechamento da “Janela Indiscreta”, ou seja, o período em que é permitida a contratação de jogadores vindos do exterior por parte dos clubes brasileiros. Para o torcedor que está assustado com o “Império do Horror” (Borja/Val Baiano), como é o meu caso, esta última semana será digna de um suspense hitchcockiano.



Alguém pode perguntar, porém, “por que suspense?” Antecipo então a resposta: meus caros amigos, desde o jogo contra o Botafogo, dia 14 de julho, um atacante do Flamengo não faz gol, valendo lembrar que o atacante em questão já foi negociado e, digamos, não era exatamente “uma Brastemp”, se é que vocês me entendem...



De lá para cá, passaram-se cinco jogos e aproximadamente quatrocentos e cinquenta minutos de bola rolando, mas nada de gols marcados pelo ataque. Na verdade, o Flamengo marcou míseros dois gols nas duas primeiras dessas partidas, os quais, a exemplo do gol da partida contra o Botafogo, foram marcados pelo Petkovic ou mediante a sua participação decisiva. Estamos a duzentos e setenta minutos sem marcar gols.



Vejam bem, será a última semana que o Galinho de Quintino terá para trazer reforços que realmente poderão fazer a diferença em favor do Flamengo e, aparentemente, as opções são escassas. Como já disse, e aproveito o ensejo para repetir, que o elenco atual, com o treinador atual, é o suficiente apenas para protagonizar uma eletrizante disputa da fuga do rebaixamento, para mim essa semana que antecede o fechamento da janela será, sim, digna de um suspense hitchcockiano. Ficarei com o coração na boca, acompanhando o noticiário pela Internet todo o tempo ávido por uma boa notícia.



No meio do caminho há um jogo contra o Ceará no Maracanã, no qual o nosso estimado Estagiário pretende “antecipar” a utilização de atletas que, em tese, podem ser bastante úteis ao time, mas que notoriamente ainda não estão em suas melhores condições de jogo – um, visivelmente acima do peso (Renato); outro, que não joga há mais de um ano. Adicionem a isso os trinta e oito anos do Petkovic e a forma de bujão-de-gás do Val Baiano e... pronto! Temos os ingredientes perfeitos para o meio do thriller, do suspense hitchcockiano que serão esses próximos sete dias, até porque, se o Flamengo não vencer sábado, a pressão subirá a níveis não recomendáveis.



Tenho então um conselho a passar ao Galinho de Quintino: há muito tempo atrás, quando deixava um emprego e ia para outro, que me remuneraria melhor e representava uma mudança definitiva na minha vida profissional, um antigo patrão, a quem muito devo, deu-me um conselho extremamente valioso: “não tenha medo ou vergonha de pedir ajuda”. Palavras sábias que trago até hoje comigo, ditas por uma pessoa extremamente experiente e que sabia o nível de responsabilidade que eu estava por assumir.



Pois bem, Galinho. Há um jeito difícil e um menos difícil de fazer as coisas, especialmente no Flamengo. Com esse time aí, os seus inimigos terão espaço para te atacar. Essa semana, acaso bem conduzida, poderá tornar bem menos complicada a sua tarefa. Então, não hesite em pedir ajuda se precisar!



Críticas ao Galinho

Gostaria de encerrar esta coluna compartilhando com vocês outro aprendizado valioso que colhi nesses quarenta anos de vida: nada do que consegui, pessoal e profissionalmente, veio sem ser precedido de muita auto-crítica e observações, também de cunho crítico, advindas de pessoas que queriam o meu bem. Tenho certeza de que ninguém atinge o sucesso, o êxito, se não conseguir olhar para dentro de si mesmo ou não tiver alguém ao lado que ajude apontando onde está errado e qual é o caminho certo.



Não vejo como alguém possa ser mais amigo e companheiro de outro sem lhe apontar onde está o caminho certo e quais são os erros que vêm sendo cometidos.



Sabotagem, fritura, desestabilização, perseguição... Nada a ver, né? Basta analisar as coisas com um pouco de serenidade para ver a diferença. Não nos tornemos uns "Norman Bates" do clássico hitchcockiano "Psicose", vendo perseguição contra o Zico onde não existe... E tampouco deixemos enxergar a realidade para viver num mundo fictício, criado em nossas mentes para não encarar a dureza da vida real, tal como fazia o personagem em questão.



No caminho do Galinho ainda aparecerão muitos obstáculos e não cansarei de dizer que há um meio mais difícil e outro menos para se fazer as coisas. Acaso o Galinho opte pelo mais difícil, nem por isso deixarei de estar ao seu lado, até debaixo d'água, porque acredito no projeto, no todo, no futuro do Flamengo com ele à frente do futebol e, quem sabe, mais adiante, até à frente do clube; mas nada me impede que, simultaneamente, tente mostrar o caminho que acho que está certo ou menos difícil. E isso se dará porque eu quero bem ao nosso ídolo e, mais ainda, que tudo dê certo para o meu amado Clube de Regatas Flamengo.



SRN a todos!