Marcelo Lomba, Léo Moura, Wellinton, Angelin e Juan; Antonio, Willians, Camacho e Petkovic; Vinicius Pacheco e Paulo Sergio.
Essa escalação é certamente uma das piores da história do Flamengo, se não for a pior. Diferente dos desesperados de plantão, entretanto, tenho certeza que o time do Flamengo para o 2o semestre será outro e bastante competitivo. Mas que a nossa realidade para os próximos 5 jogos do brasileirão não será muito diferente dessa, isso não se pode negar. Voltam da Copa do Mundo o Kleberson e o Fierro, possivelmente devem ter condições de jogo o Correa e o David, nada tão significativo assim em termos de nomes. E esse é o ponto onde eu quero chegar.
10 entre 10 treinadores brasileiros fariam o que possivelmente o Rogério fará. O time é fraco, então povoa o meio-campo de volantes ou escala 3 zagueiros, coloca 15 brucutus pra marcar lá atrás e quem sabe, num raro escanteio ou num frango do goleiro, ganhamos de 1x0 e conquistamos os 3 pontos. Não foi assim que vencemos o Palmeiras? Não foi assim que o São Paulo foi tricampeão do Brasil? Não foi com o Willians jogando como “ponta-direira” que fomos hexa-campeões brasileiros?
Pois é exatamente essa receita de bolo do futebol de resultados que a Alemanha está desmistificando nesta Copa do Mundo. Sinto muito que nenhum desses comentaristas modernos, metidos a entendedores de futebol, mas que são os primeiros a pedir volantes marcadores sob o pretexto do tal “equilíbrio” da equipe, não tenham percebido a revolução tática que vem sendo implantada pela seleção alemã. Um esquema que demonstra que não é necessário ter grandes marcadores pra marcar bem, que não é preciso ser especialista em roubar a bola do adversário pra ocupar os espaços e inviabilizar as ações do oponente. Pode perder? Claro que pode, mas deixa um legado fantástico para essa geração de Muricys, Manos, Roths, “Mrs. Santanas”, entre tantos outros “professores” formados na escola da retranca e que sobrevivem, muitos deles, da recorrente conquista de títulos nos falidos campeonatos regionais disputados por aqui.
Pouca gente percebeu, mas a Alemanha ataca como antigamente e defende como a modernidade exige. Atacando, é formada uma linha de 4 na qual o lateral direito-Lahm ataca bem mais do que o esquerdo, o Boateng. Os 2 volantes, Khedira e Schweinsteiger, armam a equipe pelo meio e têm liberdade pra chegar à frente, normalmente um de cada vez. O Ozil, sem precisar correr com a bola feito um desesperado – como fazem a maioria dos nossos meia-atacantes de hoje - recua para armar o jogo e encostar no ataque. E na frente são 2 pontas abertos (Müller e Podolski) fazendo a diagonal quando a bola está do lado oposto e um centroavante de ofício, o Klose. São 7 jogadores atacando e o time não fica vulnerável. São 3 atacantes de ofício, um meia “lento” para os padrões brasileiros, um volante que era meia-atacante de formação e um volante e um lateral ofensivos e o time não fica vulnerável. Mas como? Simples: ocupação de espaços.
A chave defensiva da Alemanha é a ocupação de espaços. Todo mundo já deve ter ouvido falar nas tais 2 linhas de 4, o esquema preferido dos retrancados Sérvia e Suíça, que pararam a mesma Alemanha e a Espanha nesta mesma Copa do Mundo, venceram jogos, mas ficaram pelo caminho. Pois o esquema tático da super ofensiva Alemanha transforma-se, quando atacada, nestas mesmas 2 linhas de 4. Lahm, Mertesacker, Friedrich e Boateng formam a 1a linha. Muller e Podolski recuam e formam a 2a linha, um em cada ala, ao lado dos volantes Khedira e Schweinsteiger. O Ozil fica solto e ajuda a marcar a saída de bola junto com o Klose.
E onde é que o Flamengo entra nisso? Com um time fraco, com um time que vai ter dificuldades pra fazer ao menos 6 dos próximos 15 pontos, seja com a escalação que for, acho que o Rogério poderia arriscar. E arriscar copiando o esquema alemão à risca. Tá bom, o Flamengo não tem o Schweinsteiger, nem o Müller, muito menos o Podolski. Mas o Xavi e o Iniesta jogam no Avaí por acaso? O Messi e o Tevez estarão do outro lado do campo jogando contra nós pelo Atletico-GO? Lampard e Gerard formam o novo meio-campo do Botafogo ou do Vasco?
Como ficaria o time?
Linha de 4 atrás com um lateral mais ofensivo pela direita (Léo Moura) e um que só vai na boa pela esquerda (Rodrigo Alvin). 2 volantes que atacam e defendem (Kleberson e Correa), um meia que recua pra buscar o jogo e encostar nos atacantes (Petkovic), 2 jogadores bem abertos como pontas (Fierro e Juan) e um centroavante (Diego Mauricio).
Na marcação seriam 2 linhas de 4 com Léo, David, Angelin e Alvin na 1a linha e Fierro, Kleberson, Correa e Juan na 2a. O Pet não precisaria voltar, ficaria livre para apenas marcar a saída de bola do adversário junto com o menino Diego Mauricio.
Esqueça os nomes, Rogério, copie o esquema da Alemanha, arrisque, você não tem nada a perder!
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Tô meio cansado dessa mania de grandeza dos torcedores do Flamengo como eu e você. Ou contrata o Adriano ou nada serve. Ou traz o Ronaldinho Gaúcho ou todo o resto é uma porcaria. Esta semana li por toda a Internet gente criticando o Diogo, o Keirrison, o Deivid, etc, etc, etc. Calmaí, o Flamengo não é o Barcelona, o Real Madrid, a Inter de Milão, vamos colocar os pés no chão e apoiar!