Não, não é mais uma partida pela Copa como o título sugere. Trata-se apenas da sequência em que os assuntos foram breve e modestamente tratados. Mas confesso que, se tal jogo rolasse, eu tomaria o caminho da torcida do Mengão:)
A Copa do Mundo deu mais um presente à seleção brasileira, o de fazer um treinamento de luxo contra o Chile e o time do Dunga correspondeu às expectativas pré-jogo, existentes em função da fragilidade dos hermanos que se banham no Pacífico e tomaram o caminho do aeroporto de volta a Santiago, carregando um saco de bolas enfiadas por uma equipe tecnicamente muito superior em campo, do primeiro ao último apito do soprador de plantão. De qualquer ângulo escohido, seja tático, físico ou técnico, o time brasileiro sobrou na partida. Ponto para Dunga que soube escolher uma estratégia de jogo compatível com o adversário, conhecido pelo atrevimento de lançar-se ao ataque em busca da vitória embalado pelos acordes do tango tocado pelo hermano el loco Bielsa.
Com Lúcio e Juan perfeitos na zaga, e a providencial contusão do Felipe Melo provocada pelo brucutu Pepe, da seleção portuguesa, abrindo caminho para a entrada inesperada de Ramirez no meio de campo, o que deu mais lucidez e talento ao setor, ao lado de um Kaká cada vez melhor no torneio, a vitória foi desenhada a partir da cabeçada do Juan, em consequência de um escanteio surgido de um penalti não marcado. Depois veio o bonito gol do Luiz Fabiano com assistência do Kaká e o fechamento do 1º tempo já com boa vantagem no placar.
Na 2ª parte do jogo, Robinho carimbou com categoria o placar final do jogo, dessa vez numa ótima assistência de Ramirez. Duas assistências, dois gols. Para isso servem os meias, para fazer a glória dos atacantes, se estes souberem aproveitá-las.
Enfim, sexta-feira próxima começa a verdadeira Copa do Mundo para o Brasil, pois até aqui tudo tem dado tão certinho que até a partida contra o adversário mais forte, os irmãos de Portugal, nada valia, ou melhor, valeu apenas pela escolha da primeira ou segunda colocação para as oitavas e terminou num inssosso 0 a 0, o suficiente para plantar os portugueses na verdadeira chave da morte ao lado da Alemanha, Argentina, Espanha, Holanda e Inglaterra, onde mal dessarumaram as malas e já foram despachados. Turma forte essa, acostumada a ganhar, com exceção da boa seleção da Espanha, a amarelona das Copas, apesar de ter passado para as quartas de final, na tarde de ontem.
Dando um salto sobre as águas que separam a África do Sul da Gávea, me deparo com nuvens negras que despejam sobre o Flamengo uma verdadeira tempestade de jogadores medianos do porte de Val Baiano, Correa, Renato camisa 11, Fabiano Oliveira, Paulo Sérgio e outros afins, e me recuso a acreditar que o raio Betão seja tratado como prioridade pelo executivo Zico. Pode e deve ser especulação de jornal ávido por notícias caseiras em época de seca provocada pela Copa do Mundo. Zico conhece futebol como poucos, sabe que não vai ensiná-lo a jogadores cascudos e rodados e, crendo no ídolo-mór, acredito que tenha um programa na cabeça para fazer o clube rodar com os profissionais disponíveis, atualmente, no elenco sob o comando do estagiário.
Afinal, tomando o São Paulo como referência, não é aquele clube que faz jogadores reconhecidamente bisonhos serem aclamados como craques até cogitados para a seleção brasileira? Onde está o segredo? Acho que podemos encontrá-lo no modelo de organização e estrutural adotado no Morumbi, no qual as peças se encaixam como se tivessem sido fabricadas para ele, em seus mínimos detalhes. Deve ser por aí mesmo. Zico monta a estrutura que julga ser a adequada e nela vai encaixando os jogadores para fazer o conjunto rodar no sentido de produzir mais com menos gastos. E o São paulo vence, e convence. De um campeonato para outro, desses que temos por aí, saíram seis jogadores. Entraram outros medianos seis nas respectivas vagas abertas. Nada mudou e Muricy continuou vencendo. E convencendo.
E assim, racionalizo as angústias dos próximos 15 dias que nos separam do jogo contra o Botafogo, pela 9ª rodada do Brasileirão, quando teremos que vencer ou vencer para que a tranquilidade do trabalho efetuado não comece a ser abalada pelas pressões que advirão de um possível (isola!) insucesso, já que fomos levados para o 9º lugar após o vexame diante do Goiás.
Aguardemos com esperanças!
SRN!