Quarta-feira, 19 de maio de 2010
O treinador (?) Rogério Lourenço, após o empate com o misto nada quente do Vitória, no charco de Salvador, declarou ao mundo Rubro-Negro que "estamos no caminho certo". Que ele esteja com a razão, desejo eu, e não interagindo com performances misteriosas que habitam o seu cérebro, ocultadas de quem acompanha o Flamengo sob o seu comando a nos oferecer uma esmola indigna do clube, representada por uma vitória em cinco jogos, mal-acompanhada por dois míseros empates e mais duas derrotas. Depois do fim de semana, já com a cabeça fria e de banho tomado em águas límpidas, bate de frente com os números ao afirmar que "somar pontos fora de casa é sempre bom". Como é que é mesmo, cara pálida? Bela conclusão do estagiário, pois num jogo contra os reservas do time baiano, valendo três pontos, ganha um, perde dois, e volta p'ra casa com a satisfação do dever cumprido debaixo de chuva. No somatório das duas primeiras rodadas do Brasileirão, amealhou dois pontinhos em seis disputados, ou seja: 33% de aproveitamento, o mesmo percentual que levou a sentar na cadeira de presidente do clube a atual estagiária D. Patrícia. Num campeonato longo e de pontos corridos, está provado e comprovado que o empate pode ser bom nas últimas rodadas para manter posição conquistada ou garantir o título de campeão. Fora disso são dois pontos jogados na lixeira da tabela, sem choro nem vela.Passando do Brasileirão pré-Copa do Mundo para algo mais interessante como a Libertadores, estou aliviado por saber que a delegação do Flamengo não desembarcou na agradável Buenos Aires, pelo menos até agora, graças a mais um engano na logística elaborada pelos gênios da bur(r)ocracia gaveana, recheada de micos mirabolantes mas, pelo menos desta vez, parece que começamos bem a última batalha por um lugar nas semifinais da Libertadores, pois com antecedência prudente chegaremos hoje no local do jogo, o que não deixa de ser um avanço em relação à 1ª partida com os chilenos realizada em casa, semana passada.
O jogo de amanhã é mais um da série "o mais importante do ano", que o Flamengo fará com a obrigação de vencer ou vencer por, no mínimo, dois gols de diferença ou por apenas um, a partir de um placar igual a 4 a 3, para continuar no caminho do Bi-Campeonato do torneio mais cobiçado sob a linha do Equador. A desejada vantagem, que ofereceria tranquilidade para a segunda parte da disputa pela sonhada vaga nas semifinais, foi jogada no ralo com a desconcentração do time no 1º tempo do jogo no Maracanã, com gente até nos lustres como diria o bom Nelson Rodrigues.
Nesta véspera da partida decisiva, tão esperada, meu coração Rubro-Negro não bate, é tocado pela esperança da vitória consagradora em domínios alheios e na consequente classificação para as semifinais, coisas da vida de um torcedor que jamais viu um urubu morrer de véspera, embora não enxergue, nem em seus melhores sonhos, a bola rolando com categoria e envolvência pelo meio de campo inicialmente escalado. É dali, da meiúca, da zona de inteligência operacional do futebol que surgem a maioria das jogadas que resultam em gol como demonstraram, fartamente ao longo de muitos anos e conquistas, jogadores do tipo de um Gérson, Didi, Zico, Maradona, Falcão, Júnior, Andrade, Ademir da Guia, Zidane, Petkovic e muitos outros, verdadeiros maestros que me levaram a concluir não existir time bom sem um craque no meio de campo. E se há uma cratera escavada pela ausência de talento naquele setor, resta vencer com a marca "Flamengo" como nenhum outro clube sabe, na base da raça, coragem, vibração e empolgação, virtudes que entrarão no campo do estadinho batizado com o sugestivo nome de Santa Laura, em Santiago do Chile.
Dessa vez as bolas entrarão, não se recusarão a sair dos pés e cabeças do Adriano e Wágner Love para estufar as redes chilenas. Será a derradeira chance p'ra ela continuar a ouvir as canções da torcida do Flamengo nesta Libertadores.
Gol neles, Mengão!