sexta-feira, 30 de abril de 2010

A fênix renasceu, e dessa vez nasceu urubu !



A fênix é uma ave que, segundo a mitologia grega, vivia muitos anos e ao morrer, entrava em auto combustão, em seu ninho de canela, sálvia e mirra. Depois, renascia de suas próprias cinzas. A origem da lenda, presente em várias culturas, é incerta, havendo registros de que a versão grega decorre da lenda egípcia de Bennu, que por sua vez parece ter se originado em uma velha história chinesa. O fato é que em todas as culturas a fênix sempre representou a capacidade de renovação física e espiritual, dos povos e das pessoas.
E é exatamente esta capacidade inesgotável de renovação e de renascimento do Flamengo que parece assustar os adversários. Não foram poucos os torcedores paulistas que abandonaram a cautela e sairam pregando “uma goleada histórica”, um novo “Maracanazzo”, um epopeia épica onde o time rubronegro seria mero coadjuvante. “O carro vai passar por cima do Flamengo", diziam estes infiéis, ignorando a mística do Mengão em sua casa mais nobre.
De fato, era muito difícil, para os desiludidos, que desgraçadamente não foram abençoados por serem flamenguistas de berço e de coração, imaginar um time aparentemente destroçado, com um técnico que nunca havia dirigido um time profisssional, esboçar alguma reação frente a um time que treina para esta competição desde o ano passado. Todos os fatores que podiam ser analisados eram contra : Pouco treino, divisão entre o elenco, indefinição tática, jogadores rendendo menos que o esperado, contratações que ainda não disseram para que vieram, novo técnico, perda recente de duas decisões de turno, fofocas e mais fococas sobre a vida pessoal dos jogadores frequentando o noticiário, parte deste noticiário descambando para os aspectos policiais… Tudo fazia crer que a lógica alvinegra seria a realidade.
Mas os descrentes esqueceram quem é o Flamengo. Esqueceram que a Nacão Rubro Negra cresce nas horas difíceis e que a torcida de fato entra em campo no Maracanã. Para complicar ainda mais a guerra, mesmo sem ser escalado, um TORÓ monumental entrou em campo, exigindo de quem foi ao estádio um exercício de dedicação, esforço e sacrifício. Renascido por obra e graça de um treinador novato, Rômulo entrou em campo como aposta e saiu como promessa. Juan, o marrento que mais apanha no futebol brasileiro, teve enfim sua grande noite em 2010. Sua atitude, logo após ter feito uma falta no jogador corintiano, dedo em riste para advertir que não iria aceitar a tentativa de agressão que o jogador corintiano fez, ainda caído, tentando chutá-lo, parecia demonstrar a disposição do time em campo. A zaga rubronegra, depois de 4 meses de “tentativa e erro”, enfim se acertou, equilibrando a juventude do David com a experiência do Angelim. E não venham me dizer que voltamos a jogar com 3 zagueiros. Aquele cidadão que estava atrapalhando os ataques corintianos não era o nosso terceiro zagueiro.
Se o futebol foi atrapalhado pelo aguaceiro, o espetáculo da torcida foi, mais uma vez, inigualável. Ao contrário do modorrento e monocórdico grito do bando de loucos, a magnética estava incomparável. Seus cantos, as provocações e o incansável acompanhamento ao time foram uma apresentação a parte. Que infelizmente não vai se repetir em São Paulo, pela dimensões pequenas do estádio e por uma política provinciana de preços e distribuição de ingressos.
Agora é hora deste novo técnico melhorar o que for possível neste time, até quarta, sem alarde, sem muitas entrevistas, enfrentando a agressividade dos gaviões com a malandragem dos urubus. Neste segundo tempo, mesmo à distância, nossa torcida e fé não será superada nem terá empate técnico. É hora do Urubu botar o gavião para correr atrás dos pintos (e frangos)….