Antes da partida, já era possível notar que os treinadores de ambos os times haviam optado pelo mesmíssimo esquema tático, com três volantes e um armador no meio e dois atacantes à frente.
A diferença que já se podia notar no papel é que os dois meiocampistas mais avançados do Corinthians eram e são superiores aos do Flamengo. O Elias joga mais bola do que o Willians jamais jogou na vida e o Danilo é um jogador muito mais experiente e vitorioso do que o Michael.
Além disso, a formação com três volantes e o Michael não dera certo nas partidas contra Vasco da Gama e Botafogo pela Taça Rio; contra ambos o Flamengo perdeu a batalha pelo meio de campo enquanto essa formação esteve em campo.
Qual era a dúvida, então, de que não daria certo? Só mesmo na confusa mente do noviço treinador do Flamengo.
O aguaceiro que fustigou o gramado do Maracanã, porém, transformou os primeiros vinte e cinco minutos de jogo em uma pelada semelhante ao do Internacional x Flamengo ano passado no Beira-Rio, pelo returno do campeonato brasileiro. A chuva aliviou um pouco e o sistema de drenagem do Maracanã conseguiu funcionar um poquinho, não o bastante para tirar as poças, mas o suficiente para o Corinthians tomar a iniciativa da partida.
E foi aí que a opção do treinador do Flamengo se revelou definitivamente desastrosa, quando Michael, pouco mais de dez minutos depois de tomar o primeiro amarelo, tomou o segundo e foi expulso merecidamente.
Libertadores da América é competição para cobras-criadas e não para novatos afoitos, sejam jogadores, sejam treinadores. Incompreensível o Petkovic no banco. Incompreensível também é o Kleberson sequer estar relacionado para o jogo. Eu fui um dos que defenderam a sua barração, mas não tive dificuldades em perceber que esse jogo, contra o Corinthians, em oitavas-de-final de Libertadores, é daqueles que motivam o jogador e o levam a dar o melhor de si, pois é difícil aceitar a derrota num confronto regional com tanta rivalidade e contra tantos jogadores que disputam posição com ele até na seleção.
Apesar de tudo isso, as chances de gol mais claras foram do Flamengo, em cruzamento do Juan, que venceu facilmente o duelo contra o Moacir, e também em conclusão do Leonardo Moura. A análise tática do primeiro tempo, porém, se resume a isso, pois foi um festival de bolas parando em poças d'água e chutões para o alto. À exceção do Michael, contudo, nenhum jogador comprometeu no primeiro tempo.
Veio so segundo tempo e o Corinthians parecia querer tomar a iniciativa do jogo por ter um jogador a mais. A covardia e a natureza retranqueira do treinador Mano Menezes, todavia, acabaram por ser um trunfo para o Flamengo, pois nada disso aconteceu, ao menos na primeira metade. Foram precisos vinte minutos no segundo tempo para que ele fizesse duas alterações, lançando Jorge Henrique e Iarley para deixar o seu time mais ofensivo. Se tivesse feito isso antes, o jogo poderia ter sido outro para eles.
Pouco antes da entrada dos dois, o Juan mostrou ao nosso noviço treinador a importância da experiência numa partida dessas. Recebeu a bola perto da área, colocou-a na frente e só esperou a falta do afoito Moacir, que não seria feita por um zagueiro experiente. Pênalti indiscutível que o Adriano converteu com maestria.
O Maracanã balançou....
A noite estava fadada a ser rubro-negra. O nosso time, heroicamente, dominou o segundo tempo com um jogador a menos, saiu em velocidade nos contra-ataques, criou as melhores chances e não chegou a ser ameaçado seriamente pelo Corinthians.
Para não dizerem que eu só critiquei o treinador, ele está de parabéns pela coragem e por enxergar o Rômulo no meio do elenco, dando-lhe essa oportunidade que não desperdiçou. Além disso, fez substituições que deram certo e manteve o controle do jogo durante todo o segundo tempo. Apesar da escalação BURRA, o saldo foi positivo.
Destaques individuais:
Rômulo – monstro. Entrou na pressão e deu conta do recado.
Juan – responsável não só pela jogada do pênalti, como também pela maioria das nossas jogadas de ataque. Partidaça. Continua inseguro na defesa, mas mostrou que não está morto e ainda é útil para o time.
O restante do time está de parabéns pela entrega dentro de campo, jogando com um a menos a maior parte do jogo.
O resultado foi excelente. Não tomamos gol em casa, dificilmente deixaremos de marcar fora e com certeza não perderemos, muito menos por mais de um gol de diferença.
As quartas-de-final estão logo ali....
SRN a todos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!