Fui ao cemitério do Cacuia, velar o corpo do Zé, levar à família os meus sentimentos, e tentar demonstrar aos seus entes queridos, o quanto o Zé é admirado e amado pela gente aqui do Buteco. E, fiquei emocionado em sentir o mesmo carinho de retorno. A filha do Zé, a Bárbara, ficava com os olhos, tristes pela despedida do pai, brilhando intensamente quando a gente falava sobre o Buteco e as amizades que aqui se formaram, e se formam. A sua esposa, em breves momentos sorria com as lembranças, e chegou a comentar que, por um momento sentiu ciúmes do Buteco, tamanho o amor que o Zé trazia para o nosso estabelecimento. O manto sagrado vestindo o seu corpo, garantia a boa saída, e a galhardia com que o nosso mestre postava cada traço, e cada ponto! A bandeira do Flamengo estava a postos, ao lado, esperando o momento certo de acalantar com as suas cores, o corpo daquele por quem foi tanto amada. Não fiquei muito tempo, apenas o suficiente para compartilhar com os familiares, o carinho enorme que nós sentimos pelo nosso irmão. Mas sentia também, que a família precisava ter aquele momento para ela, e me despedi de todos. Na despedida fui apresentado ao seu filho, o Téo (perdão se escrevi errado), e comentamos o quanto o Zé admirava uma boa prosa, eta! E, ai de você se não fosse um bom ouvinte! Mesmo internado no hospital, quando falei com ele ao telefone, encontrava fôlego para me encantar com sua fala amorosa e cativante, e eu até duvidava que ele estivesse doente dos pulmões! Ah Zé...já é saudade, mas uma e outra certeza eu levei quando comecei a me despedir de você, aqui neste mundo, quando fiz as minhas preces na capela onde o seu corpo e as suas lembranças eram honrados por todos. A certeza de que o Cristo precisa vestir a camisa, e cuidar de nós, rubro-negros, com a retirada do campo do nosso guardião mais vibrante, o nosso xerife! E a certeza maior, foi quando, me retirava do cemitério, que a festa apenas começava, com a sua chegada...no céu!
SRN!
SRN!