Dizem Que Roque Santeiro, Um Homem Debaixo
De Um Santo, Ficou Defendendo Seu Canto E Morreu...
Tenho certeza de que a maioria dos amigos, aqui no Buteco, lembram dessa obra prima, que se transformou no maior sucesso da televisão brasileira nos anos 80.
A história de Asa Branca, que cresceu e prosperou às custas de uma mentira, de que Roque Santeiro havia enfrentado sozinho um bando de cangaceiros, para salvar a cidade e teria sido morto por eles. Santificado pela população, teria feito vários milagres, tornando-se um mito, que atraía turistas, em busca de medalhinhas e de imagens do suposto santo. Entretanto, 20 anos depois, ele aparece vivo, causando a maior confusão.
Pois bem. O jogo de ontem, foi a cópia exata, diria um plágio, da história original de Dias Gomes.
De um lado, tivemos os cangaceiros, que eram os atacantes do Flamengo, amedrontando a população, que era a torcida e a defesa adversária. Supostamente, o Imperador, o Sheik e seu bando, iriam invadir, matar e pilhar e isto eles temeram, durante toda a semana.
De repente, do nada, apareceu Roque Santeiro, papel brilhantemente interpretado pelo goleiro Vitor.
Após ser assassinado, com uma bomba do cangaceiro Everton, seu espírito começou a fazer milagres, aos olhos de todos.
Os turistas, no caso a Torcida do Flamengo presente ao estádio, devem ter comprado muitas medalhinhas do pseudo-santo e saído de lá acreditando em seus milagres. Se bobear, vão pedi-lo em substituição aos nossos santos de devoção, que tantos milagres também já operaram, como São Judas Tadeu e São Bruno. Sim, porque, basta um único pedido de milagre que não seja atendido, para que os infiéis fiéis já comecem a duvidar de suas habilidades, na arte de milagrear. Como se um santo não tivesse o direito de errar.
E ontem, o Flamengo construiu uma lenda mentirosa, tal como a do falso santo, na novela.
O Imperador, Adriano, o cangaceiro, invade a área, cara a cara com o goleiro, não toca a bola para o Sheik e chuta encima do Santeiro.
Depois, o Sheik, invade o campo inimigo, sozinho, fica cara crachá com o sujeito e chuta encima.
E mais uma chance e mais outra e outra mais e assim foi indo, foi indo e, no final da história, toda a cidade de Asa Branca estava acreditando que Roque Santeiro existia.
Inclusive, o próprio Santo, em sua entrevista coletiva, declarou que “foi sua melhor partida em toda a carreira”.
Mais tarde, depois de tanta mostra de incompetência e despreparo, o tal do Rever invadiu a nossa defesa, desfilando, como um destaque de escola de samba em carro alegórico, sambou pra lá, pra cá, mandou o vulcabrás na criança, mas, o nosso Santo não fez o milagre esperado. Saco.
Como diria aquele amigo do meu irmão, que citei no meu texto anterior: “_Adibrou o primei,... adibrou o segun e pimba,..........balbante!” Ele só não “excruzive o goleiro”.
Na verdade, o Adriano e o Sheik, se encarregaram de beatificar o goleiro do grêmio e, hoje pela manhã, deve ter tido até missa, na inauguração de sua igreja, lá na terra dos pampas.
Mas, peraí. Existem uns detalhes que a gente tenta entender e não consegue. Como pode uma delegação viajar, para fazer um jogo de importância vital para as pretensões do Clube e seu principal jogador e astro internacional ser liberado para ir a uma festa? Isto, por acaso, afeta ou não a concentração desse jogador, em relação ao grupo e ao jogo?
Naquela bola que o Lenon cruzou, que o Imperador não conseguiu chegar de cabeça, eu pensei: “Será que com um pouquinho mais de,.....aliás,.....com um pouquinho menos de salgadinhos comidos na festa e um pouquinho a mais de descanso, ele não alcançaria a redonda?”
Mas aí, lembrei que o Adriano foi a uma missa, antes da festa e é bem capaz de ter recebido umas cinco ou seis hóstias, do tamanho de uma pizza maracanã, pra reforçar a consagração e isso pesa no bucho.
Por falar em Lenon, que belo jogador, me pareceu ser este garoto. Parabéns ao Andrade que soube avaliá-lo e orientá-lo bem sobre a posição.
Mas, vamos lá; Existem algumas coisas na vida que, pra se fazer, tem que ser “di cum força”, já outras, tem que ser “di cum jeito”.
Bola dominada, na frente do goleiro já caindo, é um tapinha por cima, no bom e velho estilo “di cum jeito”. No caso do gol do Éverton, tinha que ser mesmo, “di cum força” e ele o fez bem.
Podem perguntar isso ao Zico e ao Romário. É “di cum jeito”. É um totozinho na criança, por cima e deixar o goleiro se esparramar na poça de lama, com aquela cara de “Mamãe quero cagar não posso!”
E olha que o Romário não treinava muito, não dormia cedo, não acordava cedo e só respeitava um horário, o de estar cara a cara com o goleiro. Naquela hora, ele não falhava. O baixinho, na verdade, apesar de toda sua marra e tiradas de onda, ele fazia uma espécie de sexo anal com o goleiro, sem cuspe, sem camisinha, sem KY e sem manteiga. Acho que ele falava no ouvido do cara: “_Relaxa, peixe, que não vai doer,...eu vou colocar di cum jeito.” E a galera gritava gol!
Bem, olhando o bom elenco que o Flamengo possui, apesar de todos os desfalques dos últimos jogos, eu continuo achando que ele tem todas as possibilidades de ser campeão brasileiro. Sim, o Flamengo tem possibilidades, mas não tem condições, porque, o que Ele precisa, não é de melhores jogadores e sim, de melhores dirigentes.
Então, sugiro que contratem dirigentes sérios, que dêem arrumada, fazendo com que volte a ser uma casa, o cu da mãe Joana que se transformou a Gávea.
Ontem o Jorge Nunes, da Rádio Tupi, que apesar de ser um bobo alegre, torcedor do merluza, faz umas análises, não é sempre, certeiras, disse que "o Kleber e sua turma está torcendo contra, porque, se o Flamengo for campeão, a turma do Dumbrocha ganha as eleições". Agora, vê se pode isso...!!?? Dane-se a Nação Rubro-Negra. Eles não se importam com o Flamengo, mas sim, com a grana que entra e sai nos cofres e no status de dirigente do Mais Querido, o que também gera influencia e melhores receitas pessoais.
O Flamengo tem que parar de tratar jogadores com mimos e regalias, tal como faz todos os clubes que já conquistaram o brasileirão, na época dos pontos corridos. Eu disse bem, que o Flamengo tem possibilidades de ser campeão, porque tem time pra isso, mas não tem condições, porque falta profissionalismo e isso afeta na hora da decisão.
E já que falei em Roque Santeiro, enquanto sérias medidas não forem tomadas, a Nação continuará criando e rezando para falsos santos e acreditando em mitos.
O Flamengo tem que aprender a tratar seus jogadores, como a Viúva Porcina tratava sua empregada. Quando queria alguma coisa, ele gritava:
“_Miiiiiiiiirrrrnnnnaaaaaaaa............!”
E a pobre e subserviente Mirna, corria desesperada, para atender.
“_Sim Patroa....”
Ontem não aconteceu nenhum milagre no sul, porque o goleiro deles não é santo. O que aconteceu, foi uma nova interpretação da velha novela Roque Santeiro, com novos atores em cena.
Pra terminar: Vocês já viram algum time ser campeão brasileiro, sem uma zaga de mamutes, com jogadores altos, fortes e de alguma habilidade?