quarta-feira, 27 de maio de 2009

Uma Lição de Vida
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Quem é que nunca passou por um grave problema na vida? Seja de ordem financeira, familiar, de saúde, seja no trabalho, ou por falta dele,...sabe, aquele problema tão brabo, mas tão brabo, que costumamos dizer: “Este é o maior problema que já tive na vida!”
Bem, mas aí, o tempo passa e, mais à frente, nós temos um outro problema, tão brabo, tão brabo, que voltamos a dizer: “Este é o maior problema que já tive na vida!”
A vida foi, é e sempre será assim. Sempre achamos que o nosso atual problema é o mais brabo e insolúvel, bem pior que o anterior, porque, o anterior já foi resolvido e este novo ainda não. Até que, também se resolva e venha o próximo.
E ainda tem aquele velho ditado; “Quando um problema não tem solução, solucionado está”.

São os problemas e as dificuldades da vida, que apressam o processo natural de envelhecimento do homem, que aceleram o aparecimento das rugas, dos cabelos brancos, mas, também são eles que nos dão a nota final, na faculdade da vida. Os problemas diários, são as aulas e a busca pelas soluções, são as provas mensais, pelas quais passamos, até que estejamos ou não formados e diplomados, como “homens”, de verdade.

Ninguém, nem as religiões, louvam o homem que foge de enfrentar seus problemas, às vezes, utilizando-se de práticas, como o suicídio, tão covardes, quando foi sua existência.

Ele nasceu numa famímlia bastante simples, no dia 31 de janeiro de 1983, no município de Vera Cruz, no povoado conhecido como Baiacu. Batizado Manoel de Brito Filho, esse rapaz chegou ao Vitória da Bahia aos 18 anos e, por achá-lo parecido com o nigeriano Eric Chukwunvelu Obinna, o seu treinador nos juniores, Chiquinho de Assis deu-lhe o apelido de Obina. Em 2003, foi emprestado ao Florminense(úúúúiiiii...) de Feira de Santana. Em 2004, voltou ao Vitória, sagrando-se campeão baiano e sendo um dos destaques no Brasileirão, marcando 18 gols. No início de 2005, foi vendido ao futebol árabe, onde pouco atuou, pelo Al Ittihad e, em abril do mesmo ano, foi contratado pelo Maior Clube de Futebol do Mundo, o que demonstra sua afinidade com o Rubro-Negro. Estreou no Flamengo no dia 13 de abril de 2005, ano difícil para o Clube e que, por conta de um gol que fez contra o Paraná, no finalzinho da partida, Manoel salvou o time da vergonha do rebaixamento. Em 2006, foi campeão da Copa do Brasil, marcando o primeiro gol, na decisão contra o merluza da segundona. Ganhou ali a homenagem da Nação, com a música entoada em coro, que o exantava como “Melhor que o camaronês Eto’o”, do Barcelona. Naquele ano, Manoel foi o artilheiro do time no Brasileirão, com 11 gols e marcou 16 gols na temporada pelo Mais Querido, ficando atrás apenas de Renato Atômico.
Bem, de 2007 pra cá, a história está mais viva na lembrança de todos, Manoel sagrou-se Penta Tri Campeão Carioca.
Adorado pelos colegas de profissão, o bom rapaz, Manoel, sempre honrou seu trabalho, dedicando-se ao máximo, apesar de sofrer com sua tendência a ganhar peso e, mesmo com a fama e com o relativamente bom dinheiro que ganhou em sua carreira, nunca deixou de lado sua humildade. Certa vez, depois de um tempo relegado à reserva no time, Manoel, com toda humildade preservada de sua origem, procurou a nutricionista do Clube e pediu-lhe que “o ajudasse a emagrecer, passando-lhe uma dieta”, pois queria recuperar a boa forma. Algum dos colegas do Buteco conhece ou lembra de história parecida? Eu não.

Agora, em 2008, após enfrentar uma das piores provas que a vida poderia lhe aplicar, o Manoel, sem conseguir marcar um golzinho que fosse, durante cinco meses de trabalho duro, foi emprestado ao parmêra, na tentativa de recomeçar.

E eu tenho uma mensagem a este rapaz:

Manoel; Do fundo de meu coração, que agora se despe do Rubro-Negro, para aparecer nas cores comuns de um ser humano, eu gostaria de lhe desejar toda boa sorte do mundo. Que você se recupere, como profissional e como o homem forte e de moral, que sempre demonstrou ser. Imagino o que sentem, você, sua mãe, pai, esposa e filha, vendo-o passar por este momento de extrema dificuldade, sendo execrado pela mesma multidão, que sempre o adorou e o aclamou, como herói. Não se abata nunca, meu bom Manoel, porque você é forte e digno, como só os grandes homens o são. Persevere em sua luta, diante de mais este problema na sua vida, porque, daqui a pouco, você estará rindo dele, quando o próximo problema chegar. C’est l avie.

Agora então, voltando a envergar o Vermelho e o Preto do meu amado Flamengo, quero dizer a este bom rapaz;
Manoel, que você guarde na mente duas coisas: Primeira, das vezes em que esteve no Maracanã e a Maior Torcida do Planeta o saudou como um Rei, como um Zico, exaltando suas qualidades de artilheiro, de guerreiro, de valente, de Valido, de Rondinelli. Segundo, que você reveja aquele gol do Petkovic, na final do Carioca de 2001 e repare que um rapaz, chamado Adriano, vestindo um colete vermelho, de reserva, pulava e vibrava, fora de campo, comemorando a façanha daquele time. Aquele rapaz, saiu do Flamengo logo depois daquele jogo, trocado um monte de estrume para adubar os canteiros da Gávea e agora está de volta, como Imperador, como um craque consagrado e ainda atraindo patrocínios para o Clube.
Você, meu bom Manoel, está indo buscar seu espaço em um clube que não tem a grandeza do Flamengo, aliás, nenhum outro tem, e de minha parte, fica o agradecimento por tudo que fez, nesses 4 anos que aqui esteve e que foi muito mais em quantidade e importância, do que seus erros e falhas.
Obrigado, Manoel, pelos gols importantes, pelos títulos que ajudou a conquistar e, acima de tudo, obrigado por você ter sabido honrar o “Verdadeiro Manto Sagrado”, que é a Camisa do Flamengo. Obrigado pelas vezes em que recuou, até a nossa própria área e cortou um cruzamento adversário, salvando nossa meta. Obrigado por aquela bicicleta bisonha, que me fez rir muito, além de louvar sua boa intenção no lance. Obrigado, Manoel, porque, graças a você, nunca, ninguém, chegou à minha frente para me sacanear, por um descenso à segunda divisão. Obrigado por aquele gol, no dia 25 de fevereiro de 2007, aniversário da Dnª Marilena, minha mãe, na decisão do Carioca, que lhe custou uma grave lesão e uma operação no joelho.
Valeu, Manoel. Você nunca foi craque na bola, mas, sempre foi um Craque no Espírito Rubro-Negro. Se nunca jogou um milésimo do que jogou o Galinho de Quintino, na garra e na vontade os dois se parecem.
Confesso que já o critiquei muito, mas, lhe agradeço Manoel, porque, apesar de todas as suas tentativas e esforços para tentar marcar um gol este ano, mesmo não tendo conseguido, você nunca desistiu e isto é o que a Nação Rubro-Negra mais cobra de seus guerreiros, a vontade.
Manoel vá com Deus e tenha toda a boa sorte do mundo, pois, você merece e, se for do destino, que um dia você volte à Gávea, pelo menos eu, direi: “Este cara é Flamenguista!!”

Obrigado Manoel Obina. Queria que todo jogador do Flamengo tivesse a sua raça e a sua dedicação.
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De dirigentes a Torcida, todos esperam e acreditam na estréia do Imperador, neste domingo. Mas, o “cozinheiro” se diz em dúvida.
Este é o diferencial, entre o cara vencedor e o perdedor. O primeiro enxerga longe a possibilidade da vitória, o segundo apóia seu medo no excesso de cautela e sua visão não ultrapassa o muro.
“Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.