O PALCO
Antes de falar do jogo de domingo, faço questão de fazer um especial elogio ao futebol carioca e aos torcedores do seu Estado. O espetáculo dado por quase noventa mil pessoas (mais do que as duas semifinais de São Paulo somadas) merece ser ressaltado em um momento em que a mídia tenta, mais uma vez e de todas as formas, promover o campeonato paulista.
Os torcedores que lotaram o Maracanã e esgotaram os ingressos, já no segundo dia de venda, provaram que aqui não é necessário apelar para “percentuais” de torcedores adversários nos estádios, na tentativa de se manter a ordem.
Nossos jogadores não se estapearam no gramado (como aconteceu no jogo entre Palmeiras e Santos), nem nossos torcedores promoveram verdadeiras guerras fora dele, como na outra semifinal de lá. Que esta harmonia, mesmo que entremeada pelas inevitáveis provocações de torcedores adversários, se mantenha nos próximos dois jogos.
E como não tive como deslocar ninguém para comprar ingresso na terça e na quarta as filas dobravam quarteirões quando meu funcionário chegou para comprar, fui obrigado a morrer na mão dos cambistas para conseguir estar presente. Acabei pagando sessentinha no que deveria ter sido trinta. Fazer o Que? Não podia ficar fora dessa decisão. Show do U2, quatrocentos reais. Show da Madona, 250 reais. SHOW da minha torcida em um Maracanã lotado, NÃO TEM PREÇO !!!
Quando cheguei (pouco antes das duas e meia da tarde) toda a torcida deles já tinha chegado e a nossa ainda não. E estavam animados. Cantavam suas músicas, nos provocavam cantando “silêncio na favela” e, cada vez que suas bandeiras subiam presas a balões, iam ao delírio.
Um casal de flamenguistas de Cuiabá, sentado ao meu lado, que fazia sua estréia no Maracanã chegou a perguntar:
- Será que eles vêm em maior número hoje?
Pela tranquilidade que o meu sorriso exibia, eles logo perceberam que não, mas ainda assim pareciam meio descrentes. O tempo foi passando, a nossa torcida foi chegando, foi chegando, lotou a parte verde das arquibancadas, a amarela, as brancas, as azuis e eles foram se calando. A partir daí, cada vez que tentavam entoar algum cântico, a NAÇÃO, já em maciça maioria, entrava em ação e os tirava da tomada. Um verdadeiro SHOW !
Agora já era o tal casal quem sorria deslumbrado. O jogo em si pode até não ter sido lá essas coisas, mas a nossa torcida, mais uma vez, fez valer o ingresso.
O JOGO
A mim não surpreendeu nem um pouco a postura covarde do time deles no último domingo. Estava na cara que eles iriam tentar levar o jogo para a loteria dos pênaltis, na esperança de vencer o Carioca sem a necessidade dos próximos jogos. E isso fez com que o jogo ficasse amarrado entre as intermediárias (muito mais na deles do que na nossa), mesmo que em matéria de posse de bola nosso domínio fosse absoluto e indiscutível.
Não repetimos a atuação contra o Fluminense, mas nossa equipe demonstrou a mesma vontade de vencer. E se não venceu pelos pés do nosso matador torcedor Emerson, acabou vencendo pela canelada do apavorado Emerson deles.
Estamos indo para estas duas partidas finais com a confiança da Nação devidamente restabelecida, com uma equipe INEGAVELMENTE mais qualificada e principalmente com uma característica que tem chamado a atenção e qué é, a meu ver, a mais importante neste momento: A UNIÃO !
Nosso time está unido como há muito tempo não víamos e nossos jogadores são unânimes ao falar do bom ambiente existente. Comemoram todos os nossos gols abraçados formando uma verdadeira pirâmide e parecem dispostos a prolongar a carreira do Capitão e fazer do Cuca, finalmente, um treinador campeão.
Se fomos dois terços do Maraca no domingo passado, possivelmente seremos três quartos ou até quatro quintos nos próximos. E se mantivermos a mesma pegada e nosso setor de marcação (Wiliams e Kleberson principalmente) continuar se mostrando tão eficiente, NÓS VAMOS LEVAR ESTE CANECO!
Portanto, vamos deixar os assuntos “Leonardo” e “atrasos salariais” para daqui a pouco e nos concentrar unicamente na possibilidade de podermos gritar novamente É CAMPEÃO !!! CAMPEÃO não, PENTA-TRI CAMPEÃO !!!
PRA CIMA DELES, MENGÃO !!!
