Coluna do Ricardo Perez
Falamos aqui na semana passada que eles estavam loucos para entregar o ouro pra gente, não é? Pois parecem realmente estar.Com o mesmo número de vitórias e meia volta à frente em matéria de saldo de gols, já deixamos o primeiro deles pra trás. Faltam três. Somos os líderes do segundo turno e o ataque mais positivo da competição. Pode não parecer nada demais, e realmente não é, mas, pelo menos, nos dá confiança para continuar acreditando no nosso sonho maior.
Possivelmente esses maus resultados de Cruzeiro e Palmeiras foram consequência da pressão de não estarem mais nos vendo em seus retrovisores e sim diante de um claro processo de ultrapassagem. O desconforto de se jogar após os concorrentes diretos, quando esses saem vencedores em seus jogos, é real e obriga a equipe que joga por último a uma postura francamente ofensiva, o que muitas vezes implica descuidos lá atrás; exatamente como aconteceu conosco contra o Atlético Mineiro. O Palmeiras tomou um banho de bola do Fluminense e o Cruzeiro só não saiu do Paraná com um chocolate na bagagem porque os atacantes paranaenses perderam gols absolutamente inacreditáveis.
O que fica muito nítido é que não há um "bicho papão" entre esses cinco. Todos são extremamente instáveis e oscilam do "decepcionante" ao "já ganhou". Nossas possibilidades são rigorosamente as mesmas que as de todos. Há ainda um bom número de confrontos diretos entre os integrantes do G5, jogos complicados contra equipes desesperadas pela possibilidade de cair, além de inevitáveis desfalques por contusão e cartões. “Chutometrias” em simuladores tipo Tabela Dinâmica são tão prováveis como acertar em loteria esportiva e podem estar certos que muitas surpresas ainda estão por vir até o final da competição.
E esta constante oscilação no G5 não permite soberba de quem realmente pretende chegar à frente. Embora tenhamos conseguido nos recuperar depois do desastre contra o Galo, não podemos, DE FORMA ALGUMA, cometer o erro de achar que o time finalmente se acertou, que está tudo às mil maravilhas e que esse Caneco é uma barbada. Longe disso! Vamos precisar de toda a seriedade, coração, atenção e dedicação possíveis, além de contar com tropeços de quem ainda se mantém na nossa frente. Podemos, também, incluir nesse pacote a honestidade nas arbitragens. Aliás, uma das minhas grandes preocupações nessas próximas rodadas são essas “Arbitragens”.
Na era dos pontos corridos, a supremacia das equipes paulistas se confunde com as tendenciosas e decisivas participações de árbitros vinculados a uma QUADRILHA que, se foi descoberta apenas em 2005 (quando o titulo foi CONFESSAMENTE MANIPULADO e COMPRADO), ainda continua fazendo estragos em adversários de times da terra da garoa. Estaria NOVAMENTE tudo armado para que outro título brasileiro fique em SP? São Paulo, Santos e CUrintians, já conseguiram. Seria a vez do Palmeiras ou eles vão preferir fabricar um hexa paulista?
Mas nós, para quem nenhum título vem de mão beijada, ou através de armações das arbitragens, se pretendemos realmente esse caneco, precisaremos também vencer jogos fora de casa. Em especial o de hoje. Nosso adversário de logo mais é o único que não aspira mais nada na competição dentre aqueles que enfrentaremos em seus domínios. Não corre risco de cair e nem vai pra Libertadores. O Cruzeiro é concorrente direto e o Atlético Paranaense, possivelmente, estará jogando sua vida na primeirona contra nós. Nessa rodada, além da nossa pedreira, Cruzeiro e Grêmio se enfrentam e o SP pega o Botafogo no Ipatingão. Vai mexer com todo o G5 e há uma grande possibilidade de novos pontos de ultrapassagem surgirem à nossa frente.
E o Flamengo possui uma FORÇA única e histórica em retas finais. Basta nos lembrarmos de títulos como o do último TRI Carioca, Brasileiro de 92 e a Copa Mercosul, conquistada dentro do Parque Antártica (para ficarmos apenas com os mais recentes), quando cometeram o erro de nos considerar "zebra" e foram obrigados a ficar assistindo nossas festas. Só que, para fazermos mais uma, vai ser preciso mais do que viemos fazendo ultimamente. Bem mais. Talvez até essa atuação da semana passada seja o ponto de partida para essa nova arrancada. Não só pela autoconfiança que uma goleada produz, mas também, e principalmente, pela união no grupo que ela gera.
E UNIÃO é a palavra chave de qualquer equipe vencedora. Aquela união que faz o jogador ceder o gol a um outro mais bem colocado ao invés de tentar se consagrar sozinho; que faz um atacante voltar para recompor o sistema defensivo quando o percebe desguarnecido; que faz com que o grupo se conscientize que os louros de uma conquista como um HEXA BRASILEIRO não é simplesmente desse ou daquele jogador, mas de TODOS.
O jogo de hoje pode ser considerado um Clássico regional. Todo o Estado da Bahia é reconhecidamente um grande reduto flamenguista e a maior prova disso é a quantidade de ilustríssimos irmãos participantes do FlaRJ que lá residem. CONTAMOS COM TODOS VOCÊS NA BATALHA DE LOGO MAIS !!!Temos apresentado um dos melhores desempenhos fora de casa dentre todos e não há porque não acreditar que o manteremos hoje. Ultimamente nosso maior problema vem sendo quando precisamos partir pra cima dos adversários, o que explicaria o nosso surpreendente e pífio percentual de aproveitamento dentro de casa esse ano, contrariando inteiramente nossas tradições. Quando são eles quem têm que vir pra cima da gente, e o contra ataque passa a ser nosso, as coisas costumam ficar bem mais fáceis.
Uma vitória hoje nos credenciará definitivamente como verdadeiros postulantes ao título e fará com que o Maraca fique pequeno para o jogo contra a Lusa no sábado. Será a oportunidade da equipe se reconciliar definitivamente com a torcida, depois do nosso "11 de Outubro", quando perdemos uma chance única de colar definitivamente no líder. E este abraço da Nação será fundamental para a fase decisiva que virá a seguir, pois, seguramente, nosso destino será traçado nas três partidas seguintes. Vencendo Botafogo e Palmeiras em casa, nossa participação na Libertadores estará assegurada e iremos para o Mineirão enfrentar o Cruzeiro em uma partida que poderá se tornar até uma decisão de título para nós. Os confrontos a seguir serão contra um desinteressado Goiás aqui, um Atlético Paranaense em agonia e sinceramente não creio que qualquer um dos dois seja capaz de segurar um Flamengo embalado e com o gosto do champanhe do hexa na boca.
Chegou a hora do Caio cumprir a promessa que o mercado espera dele, do Ibson nos fazer esquecer desse seu ano terrível, do Kleberson mostrar toda a sua experiência e voltar a jogar um futebol digno de seleção, de Juan e Leo Moura entrarem para a história como os verdadeiros sucessores de Leandro e Junior, do Bruno mostrar por que é o "PQP maior goleiro do Brasil", do Torozinho ser eternizado como o "Deus da Raça" do terceiro milênio, do Obina provar que é melhor que o Etto e de todos juntos ficarem, PARA SEMPRE, encravados na nossa história e em nossos corações. A hora é de FLAMENGO jogar como FLAMENGO, fazendo a NAÇÃO acordar do sonho e se deparar com uma realidade que vai parar o país e levar à loucura a MAIOR TORCIDA do PLANETA.